1. RECREAÇÃO
A palavra recreação vem
do latim recreare e significa "criar novamente” no sentido positivo,
ascendente e dinâmico. A definição de recreação pode ser achada no termo
inglês "PLAY" significado que o homem encontra uma verdadeira
satisfação e alegria no que está fazendo. Representa uma atividade que é
livre e espontânea na qual o interesse se mantém por si só, sem nenhuma
compulsão interna ou externa de forma obrigatória ou opressora.
Recreação significa satisfação e alegria naquilo que faz. Retrata uma
atividade que é livre e espontânea e na qual o interesse se mantém por
si só, sem nenhuma coação interna ou externa de forma obrigatória ou
opressora, afora e prazer. Recreação é o relaxamento do organismo e da
mente. É diversão, renovação, recuperação. É a atividade livremente
escolhida exercida nas horas de lazer ativa ou passiva, individualmente
ou em grupo, organizada ou espontânea. A recreação tem o objetivo de
criar condições ótimas para o desenvolvimento integral das pessoas,
promovendo a sua participação individual e coletiva em ações que
melhorem a qualidade de vida a preservação da natureza e afirmação dos
valores essências da humanidade.
2. OS JOGOS
Os jogos surgiram na
Grécia como forma de diversão passando mais tarde a serem aperfeiçoados e
estudados por grandes mestres a fim de tomá-lo parte do desenvolvimento
educacional da criança. Depois da segunda guerra mundial e com a
criação da ACM. Associação Cristã de Moços em vários países, o jogo como
um fator educacional, começou a ocupar espaço. Se uma atividade
recreativa permite alcançar vitória, ou seja, pode haver um vencedor,
estamos tratando de um jogo. O jogo busca um vencedor. Jogo é uma
atividade física, e/ ou mental que favorece a socialização obedecendo a
um sistema de regras, visando um determinado objetivo, sendo uma
atividade que tem começo, meio e fim, regras a seguir e um provável
vencedor. O jogo educativo é um elemento de observação e conhecimento
metodológico da psicologia da criança, suas tendências, qualidades,
aptidões, lacunas e defeitos.
3. A INTERRELAÇÃO APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
A aprendizagem e o
desenvolvimento estão inter-relacionados desde que a criança passa a ter
contato com o mundo. Na interação com o meio social e físico a criança
passa a se desenvolver de forma mais abrangente e eficiente. Isso
significa que a partir do envolvimento com seu meio social são
desencadeados diversos processos internos de desenvolvimento que
permitirão um novo patamar de desenvolvimento. A criança, por meio da
observação, imitação e experimentação das instruções recebidas de
pessoas mais experientes, vivencia diversas experiências físicas e
culturais, construindo, dessa forma, um conhecimento a respeito do mundo
que a cerca. Para que esses conceitos sejam desenvolvidos e incutidos
no aprendiz, o meio ambiente tem que ser desafiador, exigente, para
poder sempre estimular o intelecto e a ação motora desta pessoa. No
entanto, não basta apenas oferecer estímulos para que a criança se
desenvolva normalmente, a eficácia da estimulação depende também do
contexto afetivo em que esse estímulo se insere, essa ação está
diretamente ligada ao relacionamento entre o estimulador e a criança.
Portanto, o papel da escola no âmbito educacional deve ser o de
sistematizar esses estímulos, envolvendo-os em um clima afetivo que
serve para transmitir valores, atitudes e conhecimentos que visam o
desenvolvimento integral do ser humano.
4. MOTROCIDADE, EMOÇÃO E PENSAMENTO
O principal instrumento
da educação física é o movimento, por ser o denominador comum de
diversos campos sensoriais. O desenvolvimento do ser humano se dá a
partir da integração entre a motricidade, a emoção e o pensamento. No
caso específico da educação física, o profissional dessa área possui
ferramentas valiosas para provocar estímulos que levem a esse
desenvolvimento de forma bastante prazerosa: a brincadeira, o jogo e o
esporte. A partir da brincadeira e do jogo, a criança utiliza a
imaginação que é um modo de funcionamento psicológico especificamente
humano, que não está presente nos animais nem na criança muito pequena. A
partir da utilização da imaginação, a criança deixa de levar em conta
as características reais do objeto, se detendo no significado
determinado pela brincadeira. Mesmo havendo uma significativa distância
entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a
atuação no mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem
seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que
impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento.
5. O FATOR CULTURAL
Os jogos, os esportes,
as danças, as lutas e as diversas formas de ginástica estão presentes na
cultura, influenciando o comportamento, transmitindo valores, fazendo
parte do dia-a-dia das pessoas, seja como prática nos momentos de lazer,
seja como possibilidade para a atuação profissional ou de apreciação na
mídia. Na escola, o ensino da Educação Física pode e deve incluir a
vivência dessas modalidades como conteúdos, ampliando as possibilidades
de os alunos compreenderem, participarem e transformarem a realidade. No
entanto, os professores polivalentes, com formação em Magistério, ou em
Pedagogia, e os especialistas, graduados em Educação Física, avaliam,
muitas vezes, o ensino da área como inadequado, refletindo uma prática
que se apoia em um processo seletivo de alunos aptos para o padrão
competitivo. Excluem-se, nesse processo seletivo, muitos dos que não
conseguem o desempenho esperado em um tempo predeterminado para o
desenvolvimento de tais capacidades. É preciso reconhecer que a ação
educativa, quando centraliza o processo de ensino e aprendizagem em
sequencias pedagógicas que têm como referência um aluno ideal e não o
aluno real, pode redundar em fracasso. A partir dessa constatação,
propomos que nesta série sejam discutidos não só os diferentes jeitos de
fazer e aprender, mas também os diferentes tempos necessários para
aprendizagem, baseados em situações reais do cotidiano escolar.
6. EDUCAÇÃO FÍSICA E DIVERSIDADE
A perspectiva
metodológica de ensino e aprendizagem busca o desenvolvimento da
autonomia, a cooperação, a participação social e a afirmação de valores e
princípios democráticos. Os conhecimentos construídos devem
possibilitar a análise crítica dos valores sociais, como os padrões de
beleza e saúde, desempenho, competição exacerbada, que se tornaram
dominantes na sociedade, e o seu papel como instrumento de exclusão e
discriminação social. A Educação Física escolar deve considerar a
diversidade como um princípio que se aplica à construção dos processos
de ensino e aprendizagem e orienta a escolha de objetivos e conteúdos,
visando a ampliar as relações entre os conhecimentos da cultura corporal
de movimento e os sujeitos da aprendizagem. Busca-se legitimar as
diversas possibilidades de aprendizagem que se estabelecem com a
consideração das dimensões afetivas, cognitivas, motoras e
socioculturais dos alunos.
7. SEM VENCEDORES
Desde a civilização mais
antiga o brincar é uma atividade das crianças. Naquela época a
brincadeira não era considerada um elemento cultural, do riso, do
folclore e do carnaval. A principal diferença entre jogo e brincadeira é
o vencedor, na brincadeira não há como ter um vencedor. Ela
simplesmente acontece e segue-se se desenvolvendo enquanto houver
motivação e interesse por ela. Para a criança brincar é a coisa mais
séria do mundo, é tão necessária ao seu desenvolvimento quanto o
alimento e o descanso. É o meio que a criança tem de travar conhecimento
com o mundo e adaptar-se ao que rodeia. É por meio de brincar que a
criança torna-se intermediária entre a realidade interna e externa,
participando, entendendo e percebendo-se como membro integrante do seu
meio social. É brincando também que a criança deixa de ser passiva para
tornar-se responsável pela a ação realizada, decidindo os rumos das
situações socioculturais por ela criadas é vivenciada sentimentos
diversos, que contribui para a formação da sua personalidade.
8. BRINCAR – UMA VIVÊNCIA CULTURAL
Através do prazer, o
brincar possibilita à criança a vivência de sua faixa etária e ainda
contribui de modo significativo para sua formação como ser humano,
participando da cultura da sociedade que vive, e não apenas como mero
indivíduo requerido pelos padrões de produtividade social. Sendo assim, a
vivência do lúdico é imprescindível em termos de participação cultural e
crítica e, principalmente criativa. É fundamental assegurar a criança o
tempo e o espaço para que o lúdico seja vivenciado com intensidade
capaz de formar a base sólida da criatividade e da participação cultural
e, sobretudo para o exercício do prazer de viver. São os conteúdos e a
forma (produtos e processo) da cultura da criança, que representam o
antídoto a aceitação do "jogo" pré-estabelecido, da sociedade e mesmo a
camuflagem das colocações individuais, justificando sua impotência
frente à estrutura do mundo que receberam e são obrigadas a produzir. A
criança que brinca vive a sua infância torna se um adulto muito mais
equilibrado física e emocionalmente suportara muito melhor as pressões
das responsabilidades adultas e terá maior criatividade para solucionar
os problemas que lhe surgem, sendo assim, a brincadeira é uma atividade
não apenas natural, mas, sobretudo sociocultural já que muitas crianças a
cada dia têm menos tempo para brincar, pois os pais se matriculam no
maior número possível de atividades e como conseqüência elas são vítimas
de estresse bem mais cedo. O brinquedo por sua vez tem seu papel
importante nas brincadeiras sendo para criança um passaporte para o
reino mágico de brincadeira.
9. OS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS TRADICIONAIS
As crianças na maioria
das escolas recebem regras prontas, não significações. Elas devem
aceitá-las para poder transformar num bom adulto. E o mesmo acontece com
os professores. Observa-se cada vez mais que o contato das crianças com
jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais vem perdendo espaço,
possivelmente como consequência dos processos de urbanização e de
produção consumo de equipamentos de alta tecnologia (videogames,
computadores, televisores e brinquedos de controle remoto). É um fato
inquestionável que as oportunidades de jogo e atividade física têm vindo
a degradar-se de forma considerável nas últimas décadas aumentando
substancialmente o sedentarismo na infância. A infância é uma época
importante para a prática de várias atividades físicas e o
desenvolvimento de habilidades motoras diversas a fim de promover
atitudes saudáveis. Melhorias na proficiência motora, maiores
possibilidades de aderência a um estilo de vida ativo e melhor
autoestima e confiança.
10. COMO ESTIMULAR A CRIANÇA PARA OS JOGOS E BRINCADEIRAS
Uma possível dinâmica de
aula, em algumas ocasiões é iniciar conversando com os alunos,
perguntando-lhes do que gostariam de brincar. Trata-se de uma forma de
estimular a participação da criança e fazê-la sentir toda importância
que tem favorecendo ainda, a rica troca de experiência entre elas e seus
respectivos universos de jogos. Outra possibilidade é resgatar jogos,
brinquedos e brincadeiras tradicionais, que os pais ou responsáveis e
familiares dos alunos desenvolviam quando crianças pedindo ao aluno
conversem com eles, perguntando-lhes a respeito de que e como brincavam
na infância trazendo referências por escrito ou desenhada representação
de uma pequena exposição (organizada pelos próprios alunos, professores,
pais ou responsáveis familiares e comunidade, na escola, artística...)
da memória da cultura de jogos, brinquedos e brincadeiras infantis. O
treino nas diferentes atividades que se entrega a criança que se dispõe
de espaço e estímulos naturais promove crescimento muscular, presteza em
agir de acordo com a vontade, reserva de energia nervosa e maior
resistência ao esforço físico. Cada momento de atividade recreativa
envolve um estado emocional: de simples prazer ou alegria promovido pela
satisfação de agir, de medo diante ao insucesso, da identificação real
com um personagem mais fraco, ou ainda do perigo que possa enfrentar, de
raiva na luta contra obstáculos ou na personificação de elementos
destruidores.
11. BRINCAR – UM MEIO DE ASSIMILAÇÃO
A criança de 06 a 07
anos aparece a linguagem oral. Pensamentos egocêntricos, rígidos,
centrado em si mesmo e com características de animismo (ciosas e
animais). Não possui noção de conservação, quantidade, volume, massa,
peso e não consegue retornar ao ponto de partida mentalmente (condição
básica para a realização de operações). No período pré - operatório a
assimilação, (isto é, a interpretação de novas formações baseada em
interpretações presentes) é uma tarefa suprema para a criança. Nesta
fase, a ênfase no “por que” e no "como" torna-se uma ferramenta básica
para que a adaptação ocorra. Brincar serve como um importante meio de
assimilação e ocupa maior parte das horas que a criança passa acordada.
As brincadeiras imaginárias e as paralelas são importantes ferramentas
para o aprendizado. Brincar também serve para demonstrar as regras e os
valores dos familiares mais velhos do indivíduo. A ampliação do
interesse social por seu mundo é característica da fase do pensamento
pré – operatório da criança. Como resultado o egocentrismo é reduzido e a
participação social aumenta. A criança começa a exibir interesse nos
relacionamentos entre as pessoas. A compreensão dos papéis sociais de
"mamãe", "irmã" e "irmão" e seu relacionamento uns com os outros é
importante para a criança nesta fase. A criança pequena demonstra
crescente pensamento simbólico pela ligação do seu mundo com palavras e
imagens. A assimilação é avançada usando a atividade física para
realizar os processos cognitivos.
12. BRINCAR – UM MEIO DE ASSIMILAÇÃO II
Na fase
operatório-concreta de 7 a 11 anos a criança começa a ter um pensamento
mais lógico, menos egocêntrico, ações mentais mais reversíveis, móveis e
flexíveis. Apesar de o pensamento basear-se mais no raciocínio, ainda
precisa de materiais e exemplos concretos. Não pode ordenar, seriar e
classificar. Nesta fase, as percepções são mais precisas, e a criança
aplica a interpretação dessas percepções ambientais sabiamente. Ela
examina as partes para obter conhecimento do todo e estabelece meios de
classificação para organizar as partes em um sistema hierárquico. A
criança brinca para compreender seu mundo físico. Regras e regulamento
são de interesse da criança quando aplicadas à brincadeira. A criança
raciocina logicamente sobre eventos concretos e consegue classificar
objetos de seu mundo em vários ambientes, existindo a reversibilidade
com experimentação intelectual através da brincadeira ativa.
13. ALGUNS JOGO E BRINCADEIRAS
Pega-Pega:
Jogadores dispersos pelo terreno, havendo um perseguidor. Os jogadores
fugirão ao perseguidor, que tenta apanhar um. Aquele que for apanhado
passará a ser o perseguidor. Objetivo: Trabalhar a habilidade de correr,
desviar, rapidez de reação.
Morto x Vivo:
Objetivo específico: agilidade na reação, atenção, obediência, a ordens,
flexibilidade. As pessoas em círculo, de costas, com o professor no
centro. As ordens dadas podem ser: "morto", "vivo", ou "sentar",
"levantar" etc.
História do meu nome: Todos
sentados formando um grande círculo, o objetivo é que cada participante
conte a história do seu nome. Por que colocaram o seu nome? Como
gostaria de se chamar? De que nome você mais gosta? Vamos criar um nome
para o nosso grupo? Que tal utilizarmos as iniciais de todos os nomes do
grupo? Objetivo: integrar-se ao meio social, enfatizar a necessidade de
escutar o que o outro tem a dizer, desinibir e descontrair o grupo.
Chamada da roda:
Os jogadores em círculo, numerados, um no centro, com uma bola leve. O
do centro, com a bola na mão, chama um número e lança a bola para o
alto. O jogador chamado deve apanhá-la, vinda do alto ou picada no chão,
pela primeira vez. Se o conseguir, ganhará um ponto e irá para o centro
repetir a ação do companheiro anterior. A vitória é do que, no final do
jogo obtiver mais pontos (Ferreira 2003).
Gato doente: As
crianças dispersam pelo campo, dado o sinal pelo professor, uma delas,
previamente indicada para iniciar o jogo, perseguirá as companheiras
tentando tocá-las. A que for, por exemplo, tocada no ombro, aí colocará a
mão esquerda e, aliando-se à primeira, procurará também alcançar as
outras crianças. Todas as que forem apanhadas, "gatos doentes", deverão
correr com a mão no ponto partido, perseguindo as que acharem ainda
livres. Objetivo: trabalhar a habilidade de correr em grupo, atacar e
defender.
14. BRINCAR PARA EDUCAR
É de extrema importância
a recreação na vida da criança, tanto no seu desenvolvimento motor,
afetivo e social. E são os jogos e brincadeiras que tornam um
facilitador para que tudo aconteça de forma natural e melhor ainda de
forma "PRAZEROSA". É necessário ter um objetivo a ser trabalhado, para
que assim elas se desenvolvam e mostrem seu potencial, não simplesmente
"brincar" e sim educar, com essas ferramentas tão úteis e significativas
que trazem sorrisos e mudam a vida das crianças. O brincar de forma
construtiva abre a portas para a educação, e depende dos professores
deixá-la aberta.
15. METODOLOGIA DA RECREAÇÃO E CIDADANIA
A Metodologia da
Recreação e Cidadania requer um planejamento com a visão comprometida na
educação integral do aluno. Que tenha metas e objetivos definidos de
forma flexível. Organizado na forma de temas, ações e atividades
educativas que contemplam um resultado esperado. Onde o aprender, o
conhecer, o fazer e o conviver integra-se aos saberes que formam e
emancipam o aluno. Contribuem para o exercício da cidadania pró-ativa,
consciente, para a prática dos valores éticos, induzem à reflexão, à
análise e à problematização de forma crítica. Nesse trabalho, o
professor atua como um mediador, instigando o aluno a iniciar-se no
trabalho científico de forma recreativa, ao descobrir o problema,
elaborar hipóteses, construir objetivos, buscar uma fundamentação
teórica e criar alternativas para resolvê-los. A proposta pedagógica da
escola onde se desenvolve o "Projeto Recreação e Cidadania" alicerça-se
em 05 competências que favorecem o desenvolvimento integral da pessoa
humana, que são: aprender a conhecer, a fazer, a conviver, a ser e a
comunicar-se.
16. RECREAÇÃO – EDUCAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO
A missão da recreação e
cidadania é trabalhar pela qualidade no processo de ensino aprendizagem e
tem como visão a educação integral do aluno. Busca a satisfação da
comunidade escolar com criatividade, liberdade e corresponsabilidade
social no intuito de promover a aprendizagem e a inclusão social.
Aprender de forma recreativa provoca um desbloqueio emocional e ajuda a
desenvolver as habilidades e as competências nos alunos, estimulando o
desenvolvimento da sociabilidade. Recrear de forma sistematizada
oportuniza ao aluno dialogar, elaborar e resolver os problemas.
Vivenciar a experiência e a organizar-se, projetar e exercitar a sua
vida futura, com mais tranquilidade e segurança. Desta forma melhora
consideravelmente o raciocínio lógico, instiga a pensar antes de agir,
motiva os acordos e as parcerias, a tomar atitudes coerentes, de acordo
com os objetivos propostos.
17. RECREAÇÃO – PRÁTICA PRAZEROSA
A recreação é uma
prática prazerosa em que os alunos participam de atividades
descontraídas. Ela pode ser uma importante estratégia de inclusão e
socialização, além de desenvolver as habilidades psicomotoras das
crianças. Assim, a recreação transfere-se para o cotidiano e aproxima-se
de uma vida permeada de informações. Esse processo de educação se dá
através da convivência de diversos desses indivíduos, mais
especificamente crianças, dentro de locais especializados que transmitem
tais valores indiretamente, por meio da recreação. Recreação designa
recreio ou prazer; sentir satisfação divertir-se, numa atividade
esportiva. Por meio da recreação é possível educar. As crianças buscam
em seu interior algo estimulante, que saia da rotina diária, podendo a
recreação ser utilizada, até mesmo dentro da sala de aula. Hoje, o que
se vê é uma sociedade totalmente voltada para o bem comum, que continua
em transformação, mas que busca maneiras alternativas que contribuam no
processo de reestruturação social. Os pais estão muito preocupados com a
educação de seus filhos, que necessitam de uma contribuição externa, ou
seja, novas alternativas na busca de melhor qualidade de vida em vários
aspectos, tais como, psicológico, afetivo e social, já que os valores
atuais são outros e foram transferidos, também, a outras pessoas. A
responsabilidade de educar um indivíduo e transformá-lo é peça
fundamental numa sociedade; deixou de ser apenas papel da família e
passou a ser de responsabilidade da escola. A recreação é uma forma
específica de atividade, uma atitude ou disposição, uma área de vida
rica e abundante, a vida fora das horas de trabalho.
18. VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
A violência está em todo
o mundo e se manifesta de várias maneiras. Está em toda a sociedade, em
todas as classes sociais, em todas as faixas etárias. Seria equivocado
achar que está apenas nos parâmetros da pobreza, nas periferias das
grandes cidades; a violência nos cerca e está em vários lugares: na rua,
na escola e até mesmo na família. Nas escolas, as discriminações são
grandes, tanto por etnia quanto por religiões; crianças gordas ou
magras, baixas ou altas, bonitas ou feias, separam-se em grupos e
começam a rejeitar umas às outras, e essa rejeição vem em forma de
"zoeiras", xingamentos e brincadeiras de mau gosto que vão se estendendo
no dia-a-dia. A violência escolar é fruto das desigualdades sociais do
mundo em que se vive. Há crianças que passam por muitas dificuldades em
casa, ou nem casa têm; crianças que são criadas pelo mundo, que
trabalham desde cedo, que são escravas dos pais, crianças que conhecem a
bebida logo cedo, o cigarro, a sexualidade e as doenças. Essas crianças
vão para a escola às vezes apenas para comer, não estão muito
interessadas na aprendizagem; com isso, acabam desrespeitando os
professores e seus colegas. Está-se falando de uma violência verbal, uma
violência que é muito encontrada nas escolas, onde a educação é deixada
de lado e o que vale é a superioridade de uns sobre os outros.
19. INFÂNCIA – APRENDIZADO E ASSIMILAÇÃO
A recreação é uma
ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo,
cognitivo, motor, linguístico e moral. Dentro de um contexto social,
quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer
em realizar alguma coisa. Os seres humanos são movidos, principalmente,
pela emoção e pelo prazer; sendo assim, fica muito mais fácil assimilar
alguma coisa a partir daquilo que lhe faz bem, sendo possível englobar
os mais altos níveis de conhecimentos e, com crianças, é importante
desenvolver e estimular atividades diferentes da vida cotidiana, mas que
façam parte da natureza humana, já que é na infância o período de
aprendizado e da assimilação que julgamos necessária para a vida adulta.
O mais importante desse contexto é permitir que diferentes grupos de
pessoas, principalmente crianças, se integrem, esquecendo o preconceito
de valores, distinção de raça, estrutura familiar; pelo contrário, é
possível estruturar todos esses tópicos.
20. RECREAÇÃO, JOGO, LAZER E BRINCADEIRAS - DIFERENÇAS
Existem algumas
diferenças entre a recreação, o lazer, o jogo e a brincadeira. A
recreação são todas atividades que o individuo procura praticar em seu
tempo livre buscando sua satisfação. As brincadeiras são também
atividades onde o indivíduo às procura, porém a diferença é que nas
brincadeiras o praticante para obter o resultado deve se entregar
totalmente a atividade transformando-a em divertida, alegre e que cause
um bem-estar em quem procura este estado de espírito. Uma atividade
recreativa pode não obter esse resultado. O Lazer pode ser ao mesmo
tempo férias e trabalhos voluntários, nadar e fazer esporte, prazeres
gastronômicos e entretenimentos musicais, atividades de azar, leitura de
jornal e estudo de uma obra-prima, conversa fútil e conversa cultural.
Fazendo distinção entre jogo e brincadeira pode-se dizer que o jogo é a
atividade com regras que definem uma disputa “que serve para brincar” e
brincadeira é o ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com
um brinquedo ou jogo.
EXERCÍCIOS
1.Fazendo distinção
entre jogo e brincadeira pode-se dizer que o jogo é a atividade com
regras que definem uma disputa “que serve para brincar” e brincadeira é o
ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com um brinquedo ou
jogo.
( ) SIM ( ) NÃO
2. As brincadeiras são
também atividades onde o indivíduo às procura, porém a semelhança é que
nas brincadeiras o praticante para obter o resultado deve se entregar
totalmente à atividade transformando-a em divertida, alegre e que cause
um bem-estar em quem procura este estado de espírito.
( ) SIM ( ) NÃO
3. A recreação é uma
ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo,
cognitivo, motor, linguístico e moral. Dentro de um contexto social,
quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer
em realizar alguma coisa.
( ) SIM ( ) NÃO
4. A vivência do lúdico
não é imprescindível em termos de participação cultural e crítica e,
principalmente criativa. É fundamental assegurar à criança o tempo e o
espaço para que o lúdico seja vivenciado com tensão capaz de formar a
base sólida da criatividade e da participação cultural e, sobretudo para
o exercício do prazer de viver.
( ) SIM ( ) NÃO
5-5. Uma possível
dinâmica de aula, em algumas ocasiões é iniciar conversando com os
alunos, perguntando-lhes do que gostariam de brincar. Trata-se de uma
forma de estimular a participação da criança e fazê-la sentir toda
importância que tem favorecendo ainda, a rica troca de experiência entre
elas e seus respectivos universos de jogos.
( ) SIM ( ) NÃO
1. RECREAÇÃO
A palavra recreação vem
do latim recreare e significa "criar novamente” no sentido positivo,
ascendente e dinâmico. A definição de recreação pode ser achada no termo
inglês "PLAY" significado que o homem encontra uma verdadeira
satisfação e alegria no que está fazendo. Representa uma atividade que é
livre e espontânea na qual o interesse se mantém por si só, sem nenhuma
compulsão interna ou externa de forma obrigatória ou opressora.
Recreação significa satisfação e alegria naquilo que faz. Retrata uma
atividade que é livre e espontânea e na qual o interesse se mantém por
si só, sem nenhuma coação interna ou externa de forma obrigatória ou
opressora, afora e prazer. Recreação é o relaxamento do organismo e da
mente. É diversão, renovação, recuperação. É a atividade livremente
escolhida exercida nas horas de lazer ativa ou passiva, individualmente
ou em grupo, organizada ou espontânea. A recreação tem o objetivo de
criar condições ótimas para o desenvolvimento integral das pessoas,
promovendo a sua participação individual e coletiva em ações que
melhorem a qualidade de vida a preservação da natureza e afirmação dos
valores essências da humanidade.
2. OS JOGOS
Os jogos surgiram na
Grécia como forma de diversão passando mais tarde a serem aperfeiçoados e
estudados por grandes mestres a fim de tomá-lo parte do desenvolvimento
educacional da criança. Depois da segunda guerra mundial e com a
criação da ACM. Associação Cristã de Moços em vários países, o jogo como
um fator educacional, começou a ocupar espaço. Se uma atividade
recreativa permite alcançar vitória, ou seja, pode haver um vencedor,
estamos tratando de um jogo. O jogo busca um vencedor. Jogo é uma
atividade física, e/ ou mental que favorece a socialização obedecendo a
um sistema de regras, visando um determinado objetivo, sendo uma
atividade que tem começo, meio e fim, regras a seguir e um provável
vencedor. O jogo educativo é um elemento de observação e conhecimento
metodológico da psicologia da criança, suas tendências, qualidades,
aptidões, lacunas e defeitos.
3. A INTERRELAÇÃO APRENDIZAGEM E DESENVOLVIMENTO
A aprendizagem e o
desenvolvimento estão inter-relacionados desde que a criança passa a ter
contato com o mundo. Na interação com o meio social e físico a criança
passa a se desenvolver de forma mais abrangente e eficiente. Isso
significa que a partir do envolvimento com seu meio social são
desencadeados diversos processos internos de desenvolvimento que
permitirão um novo patamar de desenvolvimento. A criança, por meio da
observação, imitação e experimentação das instruções recebidas de
pessoas mais experientes, vivencia diversas experiências físicas e
culturais, construindo, dessa forma, um conhecimento a respeito do mundo
que a cerca. Para que esses conceitos sejam desenvolvidos e incutidos
no aprendiz, o meio ambiente tem que ser desafiador, exigente, para
poder sempre estimular o intelecto e a ação motora desta pessoa. No
entanto, não basta apenas oferecer estímulos para que a criança se
desenvolva normalmente, a eficácia da estimulação depende também do
contexto afetivo em que esse estímulo se insere, essa ação está
diretamente ligada ao relacionamento entre o estimulador e a criança.
Portanto, o papel da escola no âmbito educacional deve ser o de
sistematizar esses estímulos, envolvendo-os em um clima afetivo que
serve para transmitir valores, atitudes e conhecimentos que visam o
desenvolvimento integral do ser humano.
4. MOTROCIDADE, EMOÇÃO E PENSAMENTO
O principal instrumento
da educação física é o movimento, por ser o denominador comum de
diversos campos sensoriais. O desenvolvimento do ser humano se dá a
partir da integração entre a motricidade, a emoção e o pensamento. No
caso específico da educação física, o profissional dessa área possui
ferramentas valiosas para provocar estímulos que levem a esse
desenvolvimento de forma bastante prazerosa: a brincadeira, o jogo e o
esporte. A partir da brincadeira e do jogo, a criança utiliza a
imaginação que é um modo de funcionamento psicológico especificamente
humano, que não está presente nos animais nem na criança muito pequena. A
partir da utilização da imaginação, a criança deixa de levar em conta
as características reais do objeto, se detendo no significado
determinado pela brincadeira. Mesmo havendo uma significativa distância
entre o comportamento na vida real e o comportamento no brinquedo, a
atuação no mundo imaginário e o estabelecimento de regras a serem
seguidas criam uma zona de desenvolvimento proximal, na medida em que
impulsionam conceitos e processos em desenvolvimento.
5. O FATOR CULTURAL
Os jogos, os esportes,
as danças, as lutas e as diversas formas de ginástica estão presentes na
cultura, influenciando o comportamento, transmitindo valores, fazendo
parte do dia-a-dia das pessoas, seja como prática nos momentos de lazer,
seja como possibilidade para a atuação profissional ou de apreciação na
mídia. Na escola, o ensino da Educação Física pode e deve incluir a
vivência dessas modalidades como conteúdos, ampliando as possibilidades
de os alunos compreenderem, participarem e transformarem a realidade. No
entanto, os professores polivalentes, com formação em Magistério, ou em
Pedagogia, e os especialistas, graduados em Educação Física, avaliam,
muitas vezes, o ensino da área como inadequado, refletindo uma prática
que se apoia em um processo seletivo de alunos aptos para o padrão
competitivo. Excluem-se, nesse processo seletivo, muitos dos que não
conseguem o desempenho esperado em um tempo predeterminado para o
desenvolvimento de tais capacidades. É preciso reconhecer que a ação
educativa, quando centraliza o processo de ensino e aprendizagem em
sequencias pedagógicas que têm como referência um aluno ideal e não o
aluno real, pode redundar em fracasso. A partir dessa constatação,
propomos que nesta série sejam discutidos não só os diferentes jeitos de
fazer e aprender, mas também os diferentes tempos necessários para
aprendizagem, baseados em situações reais do cotidiano escolar.
6. EDUCAÇÃO FÍSICA E DIVERSIDADE
A perspectiva
metodológica de ensino e aprendizagem busca o desenvolvimento da
autonomia, a cooperação, a participação social e a afirmação de valores e
princípios democráticos. Os conhecimentos construídos devem
possibilitar a análise crítica dos valores sociais, como os padrões de
beleza e saúde, desempenho, competição exacerbada, que se tornaram
dominantes na sociedade, e o seu papel como instrumento de exclusão e
discriminação social. A Educação Física escolar deve considerar a
diversidade como um princípio que se aplica à construção dos processos
de ensino e aprendizagem e orienta a escolha de objetivos e conteúdos,
visando a ampliar as relações entre os conhecimentos da cultura corporal
de movimento e os sujeitos da aprendizagem. Busca-se legitimar as
diversas possibilidades de aprendizagem que se estabelecem com a
consideração das dimensões afetivas, cognitivas, motoras e
socioculturais dos alunos.
7. SEM VENCEDORES
Desde a civilização mais
antiga o brincar é uma atividade das crianças. Naquela época a
brincadeira não era considerada um elemento cultural, do riso, do
folclore e do carnaval. A principal diferença entre jogo e brincadeira é
o vencedor, na brincadeira não há como ter um vencedor. Ela
simplesmente acontece e segue-se se desenvolvendo enquanto houver
motivação e interesse por ela. Para a criança brincar é a coisa mais
séria do mundo, é tão necessária ao seu desenvolvimento quanto o
alimento e o descanso. É o meio que a criança tem de travar conhecimento
com o mundo e adaptar-se ao que rodeia. É por meio de brincar que a
criança torna-se intermediária entre a realidade interna e externa,
participando, entendendo e percebendo-se como membro integrante do seu
meio social. É brincando também que a criança deixa de ser passiva para
tornar-se responsável pela a ação realizada, decidindo os rumos das
situações socioculturais por ela criadas é vivenciada sentimentos
diversos, que contribui para a formação da sua personalidade.
8. BRINCAR – UMA VIVÊNCIA CULTURAL
Através do prazer, o
brincar possibilita à criança a vivência de sua faixa etária e ainda
contribui de modo significativo para sua formação como ser humano,
participando da cultura da sociedade que vive, e não apenas como mero
indivíduo requerido pelos padrões de produtividade social. Sendo assim, a
vivência do lúdico é imprescindível em termos de participação cultural e
crítica e, principalmente criativa. É fundamental assegurar a criança o
tempo e o espaço para que o lúdico seja vivenciado com intensidade
capaz de formar a base sólida da criatividade e da participação cultural
e, sobretudo para o exercício do prazer de viver. São os conteúdos e a
forma (produtos e processo) da cultura da criança, que representam o
antídoto a aceitação do "jogo" pré-estabelecido, da sociedade e mesmo a
camuflagem das colocações individuais, justificando sua impotência
frente à estrutura do mundo que receberam e são obrigadas a produzir. A
criança que brinca vive a sua infância torna se um adulto muito mais
equilibrado física e emocionalmente suportara muito melhor as pressões
das responsabilidades adultas e terá maior criatividade para solucionar
os problemas que lhe surgem, sendo assim, a brincadeira é uma atividade
não apenas natural, mas, sobretudo sociocultural já que muitas crianças a
cada dia têm menos tempo para brincar, pois os pais se matriculam no
maior número possível de atividades e como conseqüência elas são vítimas
de estresse bem mais cedo. O brinquedo por sua vez tem seu papel
importante nas brincadeiras sendo para criança um passaporte para o
reino mágico de brincadeira.
9. OS JOGOS, BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS TRADICIONAIS
As crianças na maioria
das escolas recebem regras prontas, não significações. Elas devem
aceitá-las para poder transformar num bom adulto. E o mesmo acontece com
os professores. Observa-se cada vez mais que o contato das crianças com
jogos, brinquedos e brincadeiras tradicionais vem perdendo espaço,
possivelmente como consequência dos processos de urbanização e de
produção consumo de equipamentos de alta tecnologia (videogames,
computadores, televisores e brinquedos de controle remoto). É um fato
inquestionável que as oportunidades de jogo e atividade física têm vindo
a degradar-se de forma considerável nas últimas décadas aumentando
substancialmente o sedentarismo na infância. A infância é uma época
importante para a prática de várias atividades físicas e o
desenvolvimento de habilidades motoras diversas a fim de promover
atitudes saudáveis. Melhorias na proficiência motora, maiores
possibilidades de aderência a um estilo de vida ativo e melhor
autoestima e confiança.
10. COMO ESTIMULAR A CRIANÇA PARA OS JOGOS E BRINCADEIRAS
Uma possível dinâmica de
aula, em algumas ocasiões é iniciar conversando com os alunos,
perguntando-lhes do que gostariam de brincar. Trata-se de uma forma de
estimular a participação da criança e fazê-la sentir toda importância
que tem favorecendo ainda, a rica troca de experiência entre elas e seus
respectivos universos de jogos. Outra possibilidade é resgatar jogos,
brinquedos e brincadeiras tradicionais, que os pais ou responsáveis e
familiares dos alunos desenvolviam quando crianças pedindo ao aluno
conversem com eles, perguntando-lhes a respeito de que e como brincavam
na infância trazendo referências por escrito ou desenhada representação
de uma pequena exposição (organizada pelos próprios alunos, professores,
pais ou responsáveis familiares e comunidade, na escola, artística...)
da memória da cultura de jogos, brinquedos e brincadeiras infantis. O
treino nas diferentes atividades que se entrega a criança que se dispõe
de espaço e estímulos naturais promove crescimento muscular, presteza em
agir de acordo com a vontade, reserva de energia nervosa e maior
resistência ao esforço físico. Cada momento de atividade recreativa
envolve um estado emocional: de simples prazer ou alegria promovido pela
satisfação de agir, de medo diante ao insucesso, da identificação real
com um personagem mais fraco, ou ainda do perigo que possa enfrentar, de
raiva na luta contra obstáculos ou na personificação de elementos
destruidores.
11. BRINCAR – UM MEIO DE ASSIMILAÇÃO
A criança de 06 a 07
anos aparece a linguagem oral. Pensamentos egocêntricos, rígidos,
centrado em si mesmo e com características de animismo (ciosas e
animais). Não possui noção de conservação, quantidade, volume, massa,
peso e não consegue retornar ao ponto de partida mentalmente (condição
básica para a realização de operações). No período pré - operatório a
assimilação, (isto é, a interpretação de novas formações baseada em
interpretações presentes) é uma tarefa suprema para a criança. Nesta
fase, a ênfase no “por que” e no "como" torna-se uma ferramenta básica
para que a adaptação ocorra. Brincar serve como um importante meio de
assimilação e ocupa maior parte das horas que a criança passa acordada.
As brincadeiras imaginárias e as paralelas são importantes ferramentas
para o aprendizado. Brincar também serve para demonstrar as regras e os
valores dos familiares mais velhos do indivíduo. A ampliação do
interesse social por seu mundo é característica da fase do pensamento
pré – operatório da criança. Como resultado o egocentrismo é reduzido e a
participação social aumenta. A criança começa a exibir interesse nos
relacionamentos entre as pessoas. A compreensão dos papéis sociais de
"mamãe", "irmã" e "irmão" e seu relacionamento uns com os outros é
importante para a criança nesta fase. A criança pequena demonstra
crescente pensamento simbólico pela ligação do seu mundo com palavras e
imagens. A assimilação é avançada usando a atividade física para
realizar os processos cognitivos.
12. BRINCAR – UM MEIO DE ASSIMILAÇÃO II
Na fase
operatório-concreta de 7 a 11 anos a criança começa a ter um pensamento
mais lógico, menos egocêntrico, ações mentais mais reversíveis, móveis e
flexíveis. Apesar de o pensamento basear-se mais no raciocínio, ainda
precisa de materiais e exemplos concretos. Não pode ordenar, seriar e
classificar. Nesta fase, as percepções são mais precisas, e a criança
aplica a interpretação dessas percepções ambientais sabiamente. Ela
examina as partes para obter conhecimento do todo e estabelece meios de
classificação para organizar as partes em um sistema hierárquico. A
criança brinca para compreender seu mundo físico. Regras e regulamento
são de interesse da criança quando aplicadas à brincadeira. A criança
raciocina logicamente sobre eventos concretos e consegue classificar
objetos de seu mundo em vários ambientes, existindo a reversibilidade
com experimentação intelectual através da brincadeira ativa.
13. ALGUNS JOGO E BRINCADEIRAS
Pega-Pega:
Jogadores dispersos pelo terreno, havendo um perseguidor. Os jogadores
fugirão ao perseguidor, que tenta apanhar um. Aquele que for apanhado
passará a ser o perseguidor. Objetivo: Trabalhar a habilidade de correr,
desviar, rapidez de reação.
Morto x Vivo:
Objetivo específico: agilidade na reação, atenção, obediência, a ordens,
flexibilidade. As pessoas em círculo, de costas, com o professor no
centro. As ordens dadas podem ser: "morto", "vivo", ou "sentar",
"levantar" etc.
História do meu nome: Todos
sentados formando um grande círculo, o objetivo é que cada participante
conte a história do seu nome. Por que colocaram o seu nome? Como
gostaria de se chamar? De que nome você mais gosta? Vamos criar um nome
para o nosso grupo? Que tal utilizarmos as iniciais de todos os nomes do
grupo? Objetivo: integrar-se ao meio social, enfatizar a necessidade de
escutar o que o outro tem a dizer, desinibir e descontrair o grupo.
Chamada da roda:
Os jogadores em círculo, numerados, um no centro, com uma bola leve. O
do centro, com a bola na mão, chama um número e lança a bola para o
alto. O jogador chamado deve apanhá-la, vinda do alto ou picada no chão,
pela primeira vez. Se o conseguir, ganhará um ponto e irá para o centro
repetir a ação do companheiro anterior. A vitória é do que, no final do
jogo obtiver mais pontos (Ferreira 2003).
Gato doente: As
crianças dispersam pelo campo, dado o sinal pelo professor, uma delas,
previamente indicada para iniciar o jogo, perseguirá as companheiras
tentando tocá-las. A que for, por exemplo, tocada no ombro, aí colocará a
mão esquerda e, aliando-se à primeira, procurará também alcançar as
outras crianças. Todas as que forem apanhadas, "gatos doentes", deverão
correr com a mão no ponto partido, perseguindo as que acharem ainda
livres. Objetivo: trabalhar a habilidade de correr em grupo, atacar e
defender.
14. BRINCAR PARA EDUCAR
É de extrema importância
a recreação na vida da criança, tanto no seu desenvolvimento motor,
afetivo e social. E são os jogos e brincadeiras que tornam um
facilitador para que tudo aconteça de forma natural e melhor ainda de
forma "PRAZEROSA". É necessário ter um objetivo a ser trabalhado, para
que assim elas se desenvolvam e mostrem seu potencial, não simplesmente
"brincar" e sim educar, com essas ferramentas tão úteis e significativas
que trazem sorrisos e mudam a vida das crianças. O brincar de forma
construtiva abre a portas para a educação, e depende dos professores
deixá-la aberta.
15. METODOLOGIA DA RECREAÇÃO E CIDADANIA
A Metodologia da
Recreação e Cidadania requer um planejamento com a visão comprometida na
educação integral do aluno. Que tenha metas e objetivos definidos de
forma flexível. Organizado na forma de temas, ações e atividades
educativas que contemplam um resultado esperado. Onde o aprender, o
conhecer, o fazer e o conviver integra-se aos saberes que formam e
emancipam o aluno. Contribuem para o exercício da cidadania pró-ativa,
consciente, para a prática dos valores éticos, induzem à reflexão, à
análise e à problematização de forma crítica. Nesse trabalho, o
professor atua como um mediador, instigando o aluno a iniciar-se no
trabalho científico de forma recreativa, ao descobrir o problema,
elaborar hipóteses, construir objetivos, buscar uma fundamentação
teórica e criar alternativas para resolvê-los. A proposta pedagógica da
escola onde se desenvolve o "Projeto Recreação e Cidadania" alicerça-se
em 05 competências que favorecem o desenvolvimento integral da pessoa
humana, que são: aprender a conhecer, a fazer, a conviver, a ser e a
comunicar-se.
16. RECREAÇÃO – EDUCAÇÃO INTEGRAL DO ALUNO
A missão da recreação e
cidadania é trabalhar pela qualidade no processo de ensino aprendizagem e
tem como visão a educação integral do aluno. Busca a satisfação da
comunidade escolar com criatividade, liberdade e corresponsabilidade
social no intuito de promover a aprendizagem e a inclusão social.
Aprender de forma recreativa provoca um desbloqueio emocional e ajuda a
desenvolver as habilidades e as competências nos alunos, estimulando o
desenvolvimento da sociabilidade. Recrear de forma sistematizada
oportuniza ao aluno dialogar, elaborar e resolver os problemas.
Vivenciar a experiência e a organizar-se, projetar e exercitar a sua
vida futura, com mais tranquilidade e segurança. Desta forma melhora
consideravelmente o raciocínio lógico, instiga a pensar antes de agir,
motiva os acordos e as parcerias, a tomar atitudes coerentes, de acordo
com os objetivos propostos.
17. RECREAÇÃO – PRÁTICA PRAZEROSA
A recreação é uma
prática prazerosa em que os alunos participam de atividades
descontraídas. Ela pode ser uma importante estratégia de inclusão e
socialização, além de desenvolver as habilidades psicomotoras das
crianças. Assim, a recreação transfere-se para o cotidiano e aproxima-se
de uma vida permeada de informações. Esse processo de educação se dá
através da convivência de diversos desses indivíduos, mais
especificamente crianças, dentro de locais especializados que transmitem
tais valores indiretamente, por meio da recreação. Recreação designa
recreio ou prazer; sentir satisfação divertir-se, numa atividade
esportiva. Por meio da recreação é possível educar. As crianças buscam
em seu interior algo estimulante, que saia da rotina diária, podendo a
recreação ser utilizada, até mesmo dentro da sala de aula. Hoje, o que
se vê é uma sociedade totalmente voltada para o bem comum, que continua
em transformação, mas que busca maneiras alternativas que contribuam no
processo de reestruturação social. Os pais estão muito preocupados com a
educação de seus filhos, que necessitam de uma contribuição externa, ou
seja, novas alternativas na busca de melhor qualidade de vida em vários
aspectos, tais como, psicológico, afetivo e social, já que os valores
atuais são outros e foram transferidos, também, a outras pessoas. A
responsabilidade de educar um indivíduo e transformá-lo é peça
fundamental numa sociedade; deixou de ser apenas papel da família e
passou a ser de responsabilidade da escola. A recreação é uma forma
específica de atividade, uma atitude ou disposição, uma área de vida
rica e abundante, a vida fora das horas de trabalho.
18. VIOLÊNCIA NAS ESCOLAS
A violência está em todo
o mundo e se manifesta de várias maneiras. Está em toda a sociedade, em
todas as classes sociais, em todas as faixas etárias. Seria equivocado
achar que está apenas nos parâmetros da pobreza, nas periferias das
grandes cidades; a violência nos cerca e está em vários lugares: na rua,
na escola e até mesmo na família. Nas escolas, as discriminações são
grandes, tanto por etnia quanto por religiões; crianças gordas ou
magras, baixas ou altas, bonitas ou feias, separam-se em grupos e
começam a rejeitar umas às outras, e essa rejeição vem em forma de
"zoeiras", xingamentos e brincadeiras de mau gosto que vão se estendendo
no dia-a-dia. A violência escolar é fruto das desigualdades sociais do
mundo em que se vive. Há crianças que passam por muitas dificuldades em
casa, ou nem casa têm; crianças que são criadas pelo mundo, que
trabalham desde cedo, que são escravas dos pais, crianças que conhecem a
bebida logo cedo, o cigarro, a sexualidade e as doenças. Essas crianças
vão para a escola às vezes apenas para comer, não estão muito
interessadas na aprendizagem; com isso, acabam desrespeitando os
professores e seus colegas. Está-se falando de uma violência verbal, uma
violência que é muito encontrada nas escolas, onde a educação é deixada
de lado e o que vale é a superioridade de uns sobre os outros.
19. INFÂNCIA – APRENDIZADO E ASSIMILAÇÃO
A recreação é uma
ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo,
cognitivo, motor, linguístico e moral. Dentro de um contexto social,
quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer
em realizar alguma coisa. Os seres humanos são movidos, principalmente,
pela emoção e pelo prazer; sendo assim, fica muito mais fácil assimilar
alguma coisa a partir daquilo que lhe faz bem, sendo possível englobar
os mais altos níveis de conhecimentos e, com crianças, é importante
desenvolver e estimular atividades diferentes da vida cotidiana, mas que
façam parte da natureza humana, já que é na infância o período de
aprendizado e da assimilação que julgamos necessária para a vida adulta.
O mais importante desse contexto é permitir que diferentes grupos de
pessoas, principalmente crianças, se integrem, esquecendo o preconceito
de valores, distinção de raça, estrutura familiar; pelo contrário, é
possível estruturar todos esses tópicos.
20. RECREAÇÃO, JOGO, LAZER E BRINCADEIRAS - DIFERENÇAS
Existem algumas
diferenças entre a recreação, o lazer, o jogo e a brincadeira. A
recreação são todas atividades que o individuo procura praticar em seu
tempo livre buscando sua satisfação. As brincadeiras são também
atividades onde o indivíduo às procura, porém a diferença é que nas
brincadeiras o praticante para obter o resultado deve se entregar
totalmente a atividade transformando-a em divertida, alegre e que cause
um bem-estar em quem procura este estado de espírito. Uma atividade
recreativa pode não obter esse resultado. O Lazer pode ser ao mesmo
tempo férias e trabalhos voluntários, nadar e fazer esporte, prazeres
gastronômicos e entretenimentos musicais, atividades de azar, leitura de
jornal e estudo de uma obra-prima, conversa fútil e conversa cultural.
Fazendo distinção entre jogo e brincadeira pode-se dizer que o jogo é a
atividade com regras que definem uma disputa “que serve para brincar” e
brincadeira é o ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com
um brinquedo ou jogo.
EXERCÍCIOS
1.Fazendo distinção
entre jogo e brincadeira pode-se dizer que o jogo é a atividade com
regras que definem uma disputa “que serve para brincar” e brincadeira é o
ato ou efeito de brincar, entreter-se, distrair-se com um brinquedo ou
jogo.
( ) SIM ( ) NÃO
2. As brincadeiras são
também atividades onde o indivíduo às procura, porém a semelhança é que
nas brincadeiras o praticante para obter o resultado deve se entregar
totalmente à atividade transformando-a em divertida, alegre e que cause
um bem-estar em quem procura este estado de espírito.
( ) SIM ( ) NÃO
3. A recreação é uma
ferramenta muito importante no desenvolvimento humano: afetivo,
cognitivo, motor, linguístico e moral. Dentro de um contexto social,
quando um indivíduo está em recreação significa que está sentindo prazer
em realizar alguma coisa.
( ) SIM ( ) NÃO
4. A vivência do lúdico
não é imprescindível em termos de participação cultural e crítica e,
principalmente criativa. É fundamental assegurar à criança o tempo e o
espaço para que o lúdico seja vivenciado com tensão capaz de formar a
base sólida da criatividade e da participação cultural e, sobretudo para
o exercício do prazer de viver.
( ) SIM ( ) NÃO
5-5. Uma possível
dinâmica de aula, em algumas ocasiões é iniciar conversando com os
alunos, perguntando-lhes do que gostariam de brincar. Trata-se de uma
forma de estimular a participação da criança e fazê-la sentir toda
importância que tem favorecendo ainda, a rica troca de experiência entre
elas e seus respectivos universos de jogos.
( ) SIM ( ) NÃO
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