Mãe comemora a 2ª formatura de filho com Down: ‘Superamos o preconceito’
A
secretária Roseli Mancini comemora a segunda formatura do filho, João
Vitor, que tem Síndrome de Down. No último sábado (19), ele colou grau
no curso de Licenciatura em Educação Física, e em 2009 ele concluiu o
bacharelado na mesma área. “Ele nasceu em São Paulo e quando completou
dois meses de vida viemos morar em Curitiba. Aí começou nossa caminhada.
Sem conhecer nada da cidade, fomos a procura de um tratamento, nos
indicaram a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE). Hoje,
depois de tanta luta, podemos comemorar e deixar para trás muitos ‘nãos’
e além de tudo, superamos o preconceito”.
João Vitor tem 25 anos e explicou, em entrevista ao G1, na manhã desta
quinta-feira (24), que os preconceitos foram vários e relatou alguns
casos. “Eu lembro bem de um caso que ocorreu na primeira faculdade.
Estávamos em uma aula de atletismo e eu estava fazendo um movimento
errado, e, ao invés da professora me corrigir, ela falou: “deixa ele”.
Eu fiquei muito decepcionado e me perguntei porque ela teria agido
daquela forma. Também não entendi que tipo de metodologia ela usava. Eu
esperava que ela me ajudasse. Bastava ela ter me corrigido”.
Em outro caso relatado pelo jovem, o preconceito, segundo ele, veio de
uma das colegas de classe. “Por parte dos colegas eu sempre tive que
provar que era eu que fazia os trabalhos e os deveres. E um dia, uma das
colegas falou que ela tinha feito o trabalho sozinha, sendo que eu
também havia participado. Na verdade (…), ela me deixou tão pra baixo e
deprimido que não tive reação na hora. Com isso, eu preferi sempre fazer
os trabalhos e deveres sozinho”.
A mãe contou que o filho ficou na APAE até os dois anos e meio. “Quando
percebi que lá não havia mais nada a acrescentar na vida do meu filho,
tomei a decisão de colocá-lo em uma escola regular. E deu super certo
(…), no início fui criticada por muitas pessoas pela minha ousadia, mas
hoje posso comemorar o resultado – meu filho já têm duas faculdades”.
Quero fazer a diferença e abrir as portas para dar mais qualidade de vida para esse público” – João Vitor, educador físico
Ele passou no vestibular na primeira tentativa e concluiu o Bacharelado
em Educação Física na Universidade Tuiuti, em julho de 2009. Em seguida,
entrou no curso de licenciatura na mesma área e concluiu no final do
ano passado. “Quando chegou o dia da colação de grau, mais uma vez, foi
uma emoção sem igual, uma vitória indescritível”, confessou a mãe.
Roseli aconselha os pais que também têm filhos com Síndrome de Down e
explica que o princípio de tudo é encarar a situação com normalidade.
“Penso que os pais com filhos especiais, em primeiro lugar devem eles
próprios não ter preconceitos, pois, muitas vezes, inconscientemente,
eles têm, e isto dificulta o relacionamento com o externo. Devem acima
de tudo optar por escolas regulares, sem medo do preconceito, pois só do
lado de crianças normais, com parâmetros normais, os filhos poderão
evoluir”.
“Estou feliz. Meu maior sonho a partir de agora é abrir uma academia
voltada para o público com necessidades especiais, como eu, ou dar aula
em escolas. Percebo que essas pessoas precisam de incentivo e de boa
expressão corporal, coisas que foram essenciais na minha vida até agora.
Por isso, quero fazer a diferença e abrir as portas para tentar dar
mais qualidade de vida para esse público”, acrescentou João.
Roseli contou também que João Vitor já encaminhou alguns currículos para
tentar um espaço no mercado de trabalho, mas afirmou que ele enfrenta
barreiras diariamente. “O problema é que ainda existe muito preconceito.
Mas não perdemos a esperança, estamos aguardando uma chance”, concluiu.
Mãe comemora a 2ª formatura de filho com Down: ‘Superamos o preconceito’
A
secretária Roseli Mancini comemora a segunda formatura do filho, João
Vitor, que tem Síndrome de Down. No último sábado (19), ele colou grau
no curso de Licenciatura em Educação Física, e em 2009 ele concluiu o
bacharelado na mesma área. “Ele nasceu em São Paulo e quando completou
dois meses de vida viemos morar em Curitiba. Aí começou nossa caminhada.
Sem conhecer nada da cidade, fomos a procura de um tratamento, nos
indicaram a Associação de Pais e Amigos Excepcionais (APAE). Hoje,
depois de tanta luta, podemos comemorar e deixar para trás muitos ‘nãos’
e além de tudo, superamos o preconceito”.
João Vitor tem 25 anos e explicou, em entrevista ao G1, na manhã desta
quinta-feira (24), que os preconceitos foram vários e relatou alguns
casos. “Eu lembro bem de um caso que ocorreu na primeira faculdade.
Estávamos em uma aula de atletismo e eu estava fazendo um movimento
errado, e, ao invés da professora me corrigir, ela falou: “deixa ele”.
Eu fiquei muito decepcionado e me perguntei porque ela teria agido
daquela forma. Também não entendi que tipo de metodologia ela usava. Eu
esperava que ela me ajudasse. Bastava ela ter me corrigido”.
Em outro caso relatado pelo jovem, o preconceito, segundo ele, veio de
uma das colegas de classe. “Por parte dos colegas eu sempre tive que
provar que era eu que fazia os trabalhos e os deveres. E um dia, uma das
colegas falou que ela tinha feito o trabalho sozinha, sendo que eu
também havia participado. Na verdade (…), ela me deixou tão pra baixo e
deprimido que não tive reação na hora. Com isso, eu preferi sempre fazer
os trabalhos e deveres sozinho”.
A mãe contou que o filho ficou na APAE até os dois anos e meio. “Quando
percebi que lá não havia mais nada a acrescentar na vida do meu filho,
tomei a decisão de colocá-lo em uma escola regular. E deu super certo
(…), no início fui criticada por muitas pessoas pela minha ousadia, mas
hoje posso comemorar o resultado – meu filho já têm duas faculdades”.
Quero fazer a diferença e abrir as portas para dar mais qualidade de vida para esse público” – João Vitor, educador físico
Ele passou no vestibular na primeira tentativa e concluiu o Bacharelado
em Educação Física na Universidade Tuiuti, em julho de 2009. Em seguida,
entrou no curso de licenciatura na mesma área e concluiu no final do
ano passado. “Quando chegou o dia da colação de grau, mais uma vez, foi
uma emoção sem igual, uma vitória indescritível”, confessou a mãe.
Roseli aconselha os pais que também têm filhos com Síndrome de Down e
explica que o princípio de tudo é encarar a situação com normalidade.
“Penso que os pais com filhos especiais, em primeiro lugar devem eles
próprios não ter preconceitos, pois, muitas vezes, inconscientemente,
eles têm, e isto dificulta o relacionamento com o externo. Devem acima
de tudo optar por escolas regulares, sem medo do preconceito, pois só do
lado de crianças normais, com parâmetros normais, os filhos poderão
evoluir”.
“Estou feliz. Meu maior sonho a partir de agora é abrir uma academia
voltada para o público com necessidades especiais, como eu, ou dar aula
em escolas. Percebo que essas pessoas precisam de incentivo e de boa
expressão corporal, coisas que foram essenciais na minha vida até agora.
Por isso, quero fazer a diferença e abrir as portas para tentar dar
mais qualidade de vida para esse público”, acrescentou João.
Roseli contou também que João Vitor já encaminhou alguns currículos para
tentar um espaço no mercado de trabalho, mas afirmou que ele enfrenta
barreiras diariamente. “O problema é que ainda existe muito preconceito.
Mas não perdemos a esperança, estamos aguardando uma chance”, concluiu.
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