O desenvolvimento cognitivo da criança através da música


O desenvolvimento cognitivo da criança através da música 

            Inúmeras pesquisas desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, principalmente nas décadas finais do século XX, confirmam a importante influência da música no desenvolvimento da criança. Várias dessas pesquisas também confirmaram que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros.

              Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha), revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor (apud SHARON, 2000). Segundo esses autores, tocar um instrumento exige muito da motricidade fina entre outras habilidades como as motoras e sensitivas (Audição).  Os autores perceberam que a prática musical faz com que o cérebro funcione “em rede”: o indivíduo, ao ler determinado sinal na partitura, necessita passar essa informação (visual) ao cérebro; este, por sua vez, transmitirá à mão o movimento necessário (tato); ao final disso, o ouvido acusará se o movimento feito foi o correto (audição). Além disso, os instrumentistas apresentam mais coordenação na mão não dominante do que pessoas comuns. Segundo Gaser, o efeito do treinamento musical no cérebro é semelhante ao da prática de um esporte nos músculos.  Confirmando assim uma afirmação de Platão que há tantos séculos dizia, que a música é a ginástica da alma.  (Mente sã, Corpo são)

E mesmo se o contato com a música for feito por apreciação, isto é, não tocando um instrumento, mas simplesmente ouvindo com atenção ou de forma lúdica, os estímulos cerebrais também são bastante intensos.

Ao mesmo tempo que a música possibilita essa diversidade de estímulos, ela, através de seus gêneros pode ser relaxante e estimular a absorção de informações, isto é, a aprendizagem. Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual observou grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a um deles foi oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo aulas. O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música. O Educador José Pacheco (Fundador da Escola da Ponte) em Portugal, também utilizou sua escola modelo como laboratório de pesquisa sobre o assunto e os resultados falam por si só. A explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a pessoa passa do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos); baixando a ciclagem cerebral e aumentando as atividades dos neurônios, com isso,  as sinapses tornam-se mais rápidas, facilitando a concentração e a aprendizagem.

Outra linha de estudos aponta a proximidade entre a música e o raciocínio lógico-matemático. Segundo Schaw, Irvine e Rauscher (apud CAVALCANTE, 2004), pesquisadores da Universidade de Wisconsin, alunos que receberam aulas de música apresentavam resultados de 15 a 41% superiores em testes de proporções e frações do que os de outras crianças.
Em outra investigação, Schaw verificou que alunos de 2a série que faziam aulas de piano duas vezes por semana, apresentaram desempenho superior em matemática aos alunos de 4ª série que não estudavam música.

Enfim, o que se pode concluir a esse respeito é que efetivamente a prática musical, seja pelo aprendizado de um instrumento, seja pela  forma lúdica, seja pela apreciação ativa, potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato.

DESENVOLVIMENTO AFETIVO
Os efeitos da prática musical se mostram mais claros, quanto ao seu uso como ferramenta pedagógica para o auxílio do desenvolvimento afetivo das crianças. Todos nós que lidamos com crianças percebemos isso. Não é de agora que, temos pesquisadores em vários cantos do mundo que já provaram a importância da musicalização no meio familiar e educacional.

Em pesquisa realizada na Universidade de Toronto, Sandra Trehub (apud CAVALCANTE, 2004) comprovou algo que muitos pais e educadores já imaginavam: os bebês tendem a permanecer mais calmos quando expostos a uma melodia serena e, dependendo da aceleração do andamento da música, ficam mais alertas.

Nossas avós também já sabiam que colocar um bebê do lado esquerdo, junto ao peito, o deixa mais calmo. A explicação científica é que nessa posição os bebês sentem as batidas do coração de quem o está segurando, o que remete ao que ele ouvia ainda no útero, isto é, o coração da mãe. Além disso, a eficácia das canções de ninar é prova de que música e afeto se unem em uma mágica alquimia para a criança.
Muitas vezes, mesmo já adultos, nossas melhores lembranças de situação de acolhimento e carinho dizem respeito às nossas memórias musicais. Já presenciamos vivências em grupos de professores que, a princípio, não apresentavam memórias de sua primeira infância. Ao ouvirem certos acalantos, contudo, emocionaram-se e passaram a relatar situações acontecidas há muito tempo, depois confirmadas por suas mães.  Por todas essas razões, a linguagem musical tem sido apontada como uma das áreas de conhecimentos mais importantes a serem trabalhadas na Educação Infantil, ao lado da linguagem oral e escrita, do movimento, das artes visuais, da matemática e das ciências humanas e naturais. Em países com mais tradição que o Brasil no campo da educação da criança pequena, a música recebe destaque nos currículos, como é o caso do Japão e dos países nórdicos.

Nesses países, o educador tem, na sua graduação profissional, um espaço considerável dedicado à sua formação musical, inclusive com a prática de um instrumento, além do aprendizado de um grande número de canções. Este é, por sinal, um grande entrave para nós: o espaço destinado à música em grande parte dos currículos de formação de professores é ainda incipiente, quando existe. É preciso investir significativamente na formação estética (e musical, particularmente) de nossos professores, se realmente quisermos obter melhores resultados na educação básica.

Ainda abordando os efeitos da música no campo afetivo, estudos recentes ampliam ainda mais nosso conhecimento a respeito. Zatorre, da Universidade de McGill (Canadá), e Blood, do Massachusetts General Hospital (EUA), desenvolveram uma pesquisa que buscou analisar os efeitos no cérebro de pessoas que ouviam músicas, as quais segundo as mesmas lhes causavam profunda emoção. Verificou-se que ao ouvir essas músicas, as pessoas acionaram exatamente as mesmas partes do cérebro que têm relação com estados de euforia. Segundo esses autores, isso confere à música uma grande relevância biológica, relacionando-a aos circuitos cerebrais ligados ao prazer (2001).

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL) apresenta, em seu volume terceiro, seis áreas de conhecimento que devem fazer parte do currículo da Educação Infantil. São elas: Música, Movimento, Artes Visuais, Linguagem oral e escrita, Conhecimento matemático e Natureza e sociedade. Como se pode notar, três delas dizem respeito diretamente às linguagens artísticas (Música, Artes Visuais e Movimento). Isso equivale dizer que para o órgão máximo da educação brasileira, a Arte, nas suas diferentes expressões, deve fazer parte de 50% do currículo da educação infantil. Portanto, promover a musicalização das crianças de zero a cinco anos não é mero passatempo: é parte integrante do trabalho pedagógico.

O documento do RCNEI/MEC referente à Música apresenta importantes considerações acerca do trabalho musical. Constitui-se, como o nome já diz, em um referencial para o professor: não o único, certamente, mas um adequado parâmetro. Apresenta uma crítica sobre as concepções de música mais comuns na escola (musiquinhas para controle disciplinar, movimentos estereotipados, trilha sonora para o calendário cívico).

Garantir o direito da criança a uma Educação musical não é tarefa consolidada em nosso país. Décadas de ausência de uma forma e planejamentos pedagógicos sistematizados nas escolas básicas trouxeram muitos prejuízos de não se trabalhar na formação de docentes ou nos currículos nas faculdades matérias ligadas as musicalização e linguagem musical. Obviamente, uma formação musical sólida é importante; no entanto, não se pode cair no imobilismo e esperar que todos os professores generalistas tenham essa formação esmerada ou que todos os músicos se encantem pela docência.
 O que é possível fazer já, para benefício de inúmeras crianças que hoje se encontram nas instituições de Educação Infantil, é permear esses ambientes com música, por meio de atividades relacionadas tanto à produção musical como o canto, a exploração sonora, a sonorização de histórias, a criação de coreografias, brincadeiras lúdicas, quanto à apreciação e reflexão sobre um repertório rico e diversificado.

Com essa disposição, certamente, o professor da Educação Infantil que inclui em suas atividades a utilização da música como ferramenta pedagógica, estará contribuindo quanto ao desenvolvimento de todas as habilidades de seus alunos, assim como garantindo a eles a oportunidade de conhecerem este mundo maravilhoso (O mundo da música).

Texto Prof Marcos L Souza
Pedagogo – Psicopedagogo – Educador Musical – Pesquisador



Referências Bibliográficas:
ABRAMOVICH, F. Quem educa quem? 5. ed. São Paulo: Summus, 1985. p. 59.
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAVALCANTE, R. Música na cabeça. Disponível em: <www.habro.com.br>. Acesso em: 10 fev. 2004.
ADORNO, T. W. A indústria cultural. In: COHN, G. (org).Theodor W. Adorno. 2. ed.. São Paulo: Ática,
1994. (Coleção Grandes Cientistas Sociais, n. 54).
ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
(Os pensadores).
BRASIL, Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais – Arte.. Brasília: MEC/SEF, 1997. 6. v.
BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003.
CUNHA, S. (org.). Cor, som e movimento. Porto Alegre: Mediação, 1999. (Cadernos Educação Infantil, v. 8).
NOGUEIRA, Monique Andries. A formação do ouvinte crítico: um direito do cidadão (propostas para a
Educação musical no Ensino Fundamental). Dissertação de Mestrado. FE/UFG. Goiânia, 1994.
NOGUEIRA, Monique Andries. Repertório para a formação de bons ouvintes. Revista Inter-ação, v. 22, n.
1/2. Goiânia, UFG, 1998.
NOGUEIRA, Monique Andries. Música, consumo e escola: reflexões possíveis e necessárias. In: PUCCI et
al. (orgs.). Teoria crítica, estética e educação. Campinas/Piracicaba: Autores Associados/Unimep, 2001.
NOGUEIRA, Monique Andries. A música e o desenvolvimento da criança. Revista UFG, ano VI, volume 2.







O desenvolvimento cognitivo da criança através da música 

            Inúmeras pesquisas desenvolvidas em diferentes países e em diferentes épocas, principalmente nas décadas finais do século XX, confirmam a importante influência da música no desenvolvimento da criança. Várias dessas pesquisas também confirmaram que o bebê, ainda no útero materno, desenvolve reações a estímulos sonoros.

              Schlaug, da Escola de Medicina de Harvard (EUA), e Gaser, da Universidade de Jena (Alemanha), revelaram que, ao comparar cérebros de músicos e não músicos, os do primeiro grupo apresentavam maior quantidade de massa cinzenta, particularmente nas regiões responsáveis pela audição, visão e controle motor (apud SHARON, 2000). Segundo esses autores, tocar um instrumento exige muito da motricidade fina entre outras habilidades como as motoras e sensitivas (Audição).  Os autores perceberam que a prática musical faz com que o cérebro funcione “em rede”: o indivíduo, ao ler determinado sinal na partitura, necessita passar essa informação (visual) ao cérebro; este, por sua vez, transmitirá à mão o movimento necessário (tato); ao final disso, o ouvido acusará se o movimento feito foi o correto (audição). Além disso, os instrumentistas apresentam mais coordenação na mão não dominante do que pessoas comuns. Segundo Gaser, o efeito do treinamento musical no cérebro é semelhante ao da prática de um esporte nos músculos.  Confirmando assim uma afirmação de Platão que há tantos séculos dizia, que a música é a ginástica da alma.  (Mente sã, Corpo são)

E mesmo se o contato com a música for feito por apreciação, isto é, não tocando um instrumento, mas simplesmente ouvindo com atenção ou de forma lúdica, os estímulos cerebrais também são bastante intensos.

Ao mesmo tempo que a música possibilita essa diversidade de estímulos, ela, através de seus gêneros pode ser relaxante e estimular a absorção de informações, isto é, a aprendizagem. Losavov, cientista búlgaro, desenvolveu uma pesquisa na qual observou grupos de crianças em situação de aprendizagem, e a um deles foi oferecida música clássica, em andamento lento, enquanto estavam tendo aulas. O resultado foi uma grande diferença, favorável ao grupo que ouviu música. O Educador José Pacheco (Fundador da Escola da Ponte) em Portugal, também utilizou sua escola modelo como laboratório de pesquisa sobre o assunto e os resultados falam por si só. A explicação do pesquisador é que ouvindo música clássica, lenta, a pessoa passa do nível alfa (alerta) para o nível beta (relaxados, mas atentos); baixando a ciclagem cerebral e aumentando as atividades dos neurônios, com isso,  as sinapses tornam-se mais rápidas, facilitando a concentração e a aprendizagem.

Outra linha de estudos aponta a proximidade entre a música e o raciocínio lógico-matemático. Segundo Schaw, Irvine e Rauscher (apud CAVALCANTE, 2004), pesquisadores da Universidade de Wisconsin, alunos que receberam aulas de música apresentavam resultados de 15 a 41% superiores em testes de proporções e frações do que os de outras crianças.
Em outra investigação, Schaw verificou que alunos de 2a série que faziam aulas de piano duas vezes por semana, apresentaram desempenho superior em matemática aos alunos de 4ª série que não estudavam música.

Enfim, o que se pode concluir a esse respeito é que efetivamente a prática musical, seja pelo aprendizado de um instrumento, seja pela  forma lúdica, seja pela apreciação ativa, potencializa a aprendizagem cognitiva, particularmente no campo do raciocínio lógico, da memória, do espaço e do raciocínio abstrato.

DESENVOLVIMENTO AFETIVO
Os efeitos da prática musical se mostram mais claros, quanto ao seu uso como ferramenta pedagógica para o auxílio do desenvolvimento afetivo das crianças. Todos nós que lidamos com crianças percebemos isso. Não é de agora que, temos pesquisadores em vários cantos do mundo que já provaram a importância da musicalização no meio familiar e educacional.

Em pesquisa realizada na Universidade de Toronto, Sandra Trehub (apud CAVALCANTE, 2004) comprovou algo que muitos pais e educadores já imaginavam: os bebês tendem a permanecer mais calmos quando expostos a uma melodia serena e, dependendo da aceleração do andamento da música, ficam mais alertas.

Nossas avós também já sabiam que colocar um bebê do lado esquerdo, junto ao peito, o deixa mais calmo. A explicação científica é que nessa posição os bebês sentem as batidas do coração de quem o está segurando, o que remete ao que ele ouvia ainda no útero, isto é, o coração da mãe. Além disso, a eficácia das canções de ninar é prova de que música e afeto se unem em uma mágica alquimia para a criança.
Muitas vezes, mesmo já adultos, nossas melhores lembranças de situação de acolhimento e carinho dizem respeito às nossas memórias musicais. Já presenciamos vivências em grupos de professores que, a princípio, não apresentavam memórias de sua primeira infância. Ao ouvirem certos acalantos, contudo, emocionaram-se e passaram a relatar situações acontecidas há muito tempo, depois confirmadas por suas mães.  Por todas essas razões, a linguagem musical tem sido apontada como uma das áreas de conhecimentos mais importantes a serem trabalhadas na Educação Infantil, ao lado da linguagem oral e escrita, do movimento, das artes visuais, da matemática e das ciências humanas e naturais. Em países com mais tradição que o Brasil no campo da educação da criança pequena, a música recebe destaque nos currículos, como é o caso do Japão e dos países nórdicos.

Nesses países, o educador tem, na sua graduação profissional, um espaço considerável dedicado à sua formação musical, inclusive com a prática de um instrumento, além do aprendizado de um grande número de canções. Este é, por sinal, um grande entrave para nós: o espaço destinado à música em grande parte dos currículos de formação de professores é ainda incipiente, quando existe. É preciso investir significativamente na formação estética (e musical, particularmente) de nossos professores, se realmente quisermos obter melhores resultados na educação básica.

Ainda abordando os efeitos da música no campo afetivo, estudos recentes ampliam ainda mais nosso conhecimento a respeito. Zatorre, da Universidade de McGill (Canadá), e Blood, do Massachusetts General Hospital (EUA), desenvolveram uma pesquisa que buscou analisar os efeitos no cérebro de pessoas que ouviam músicas, as quais segundo as mesmas lhes causavam profunda emoção. Verificou-se que ao ouvir essas músicas, as pessoas acionaram exatamente as mesmas partes do cérebro que têm relação com estados de euforia. Segundo esses autores, isso confere à música uma grande relevância biológica, relacionando-a aos circuitos cerebrais ligados ao prazer (2001).

O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (BRASIL) apresenta, em seu volume terceiro, seis áreas de conhecimento que devem fazer parte do currículo da Educação Infantil. São elas: Música, Movimento, Artes Visuais, Linguagem oral e escrita, Conhecimento matemático e Natureza e sociedade. Como se pode notar, três delas dizem respeito diretamente às linguagens artísticas (Música, Artes Visuais e Movimento). Isso equivale dizer que para o órgão máximo da educação brasileira, a Arte, nas suas diferentes expressões, deve fazer parte de 50% do currículo da educação infantil. Portanto, promover a musicalização das crianças de zero a cinco anos não é mero passatempo: é parte integrante do trabalho pedagógico.

O documento do RCNEI/MEC referente à Música apresenta importantes considerações acerca do trabalho musical. Constitui-se, como o nome já diz, em um referencial para o professor: não o único, certamente, mas um adequado parâmetro. Apresenta uma crítica sobre as concepções de música mais comuns na escola (musiquinhas para controle disciplinar, movimentos estereotipados, trilha sonora para o calendário cívico).

Garantir o direito da criança a uma Educação musical não é tarefa consolidada em nosso país. Décadas de ausência de uma forma e planejamentos pedagógicos sistematizados nas escolas básicas trouxeram muitos prejuízos de não se trabalhar na formação de docentes ou nos currículos nas faculdades matérias ligadas as musicalização e linguagem musical. Obviamente, uma formação musical sólida é importante; no entanto, não se pode cair no imobilismo e esperar que todos os professores generalistas tenham essa formação esmerada ou que todos os músicos se encantem pela docência.
 O que é possível fazer já, para benefício de inúmeras crianças que hoje se encontram nas instituições de Educação Infantil, é permear esses ambientes com música, por meio de atividades relacionadas tanto à produção musical como o canto, a exploração sonora, a sonorização de histórias, a criação de coreografias, brincadeiras lúdicas, quanto à apreciação e reflexão sobre um repertório rico e diversificado.

Com essa disposição, certamente, o professor da Educação Infantil que inclui em suas atividades a utilização da música como ferramenta pedagógica, estará contribuindo quanto ao desenvolvimento de todas as habilidades de seus alunos, assim como garantindo a eles a oportunidade de conhecerem este mundo maravilhoso (O mundo da música).

Texto Prof Marcos L Souza
Pedagogo – Psicopedagogo – Educador Musical – Pesquisador



Referências Bibliográficas:
ABRAMOVICH, F. Quem educa quem? 5. ed. São Paulo: Summus, 1985. p. 59.
BRASIL, MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil.
Brasília: MEC/SEF, 1998.
CAVALCANTE, R. Música na cabeça. Disponível em: <www.habro.com.br>. Acesso em: 10 fev. 2004.
ADORNO, T. W. A indústria cultural. In: COHN, G. (org).Theodor W. Adorno. 2. ed.. São Paulo: Ática,
1994. (Coleção Grandes Cientistas Sociais, n. 54).
ADORNO, T. W. O fetichismo na música e a regressão da audição. 2. ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983.
(Os pensadores).
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BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil. São Paulo: Peirópolis, 2003.
CUNHA, S. (org.). Cor, som e movimento. Porto Alegre: Mediação, 1999. (Cadernos Educação Infantil, v. 8).
NOGUEIRA, Monique Andries. A formação do ouvinte crítico: um direito do cidadão (propostas para a
Educação musical no Ensino Fundamental). Dissertação de Mestrado. FE/UFG. Goiânia, 1994.
NOGUEIRA, Monique Andries. Repertório para a formação de bons ouvintes. Revista Inter-ação, v. 22, n.
1/2. Goiânia, UFG, 1998.
NOGUEIRA, Monique Andries. Música, consumo e escola: reflexões possíveis e necessárias. In: PUCCI et
al. (orgs.). Teoria crítica, estética e educação. Campinas/Piracicaba: Autores Associados/Unimep, 2001.
NOGUEIRA, Monique Andries. A música e o desenvolvimento da criança. Revista UFG, ano VI, volume 2.







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