Escutar música é algo tão corriqueiro que é difícil imaginar a influência que ela tem em nosso cérebro e como modifica nossas estruturas emocionais. Mas isso acontece. Quando captados pelos ouvidos, os sons musicais vão até áreas responsáveis pela interpretação do estímulo primário (neste caso, o som), até que tal estímulo é categorizado pelo cérebro dentro de um padrão específico conforme ele se repete (ritmo).
Ao reconhecer o ritmo e, posteriormente, a harmonia, o cérebro se desperta e acende múltiplas outras regiões: percorre o tronco cerebral, o tálamo e são inicialmente percebidos e interpretados nos lobos temporais, desencadeando reações secundárias. Mesmo atingindo regiões específicas, a música tem o poder de acionar o cérebro como um todo.
Um estudo publicado na revista científica norte-americana Neuron em 2015, descobriu uma área no cérebro localizada no córtex auditivo que identifica a música, mas não outros sons, como a fala, por exemplo. Neuro Rodrigues de Almeida Neto, neurologista e preceptor em neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o impacto da música pode ser dividido em alguns pontos baseados em aspectos da vida diária em que há influência musical.
Humor e estado mental
O humor tem relação, principalmente, com os neurotransmissores serotonina e dopamina, explica Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de São Paulo. "A música é capaz de estimular esses circuitos e modular o humor, induzindo a euforia, alegria ou até mesmo o baixo-astral", completa.
Almeida Neto cita como exemplo determinados padrões, escalas de notas musicais e ritmos que são capazes de mudar a maneira como recebemos o conteúdo de um espetáculo de teatro, de um filme ou até mesmo de uma cena de novela, reforçando a carga emocional.
Ele explica que as harmonias que geram sentimentos alegres ou tristes no ocidente são diferentes e até mesmo antagônicas às do oriente. "Isso se deve justamente pelo atrelar de emoções com os padrões musicais ao longo do desenvolvimento psicossocial de uma determinada cultura", afirma.
Quando a música passa a fazer parte da memória afetiva, ao ser ativada, irá modificar o nível de hormônios e neurotransmissores no corpo humano, seja aumentando ou reduzindo o nível de alerta, acalmando ou irritando, alegrando ou deprimindo. Nestes casos, não é apenas a canção em si, mas os sentimentos que te ligam a esta música. Ao evocar memórias, a música funciona como uma facilitadora de vivências emocionais.
Cognição e aprendizado
Segundo Almeida Neto, a música é fonte de mudanças no estado de alerta, adaptabilidade e receptibilidade de informações novas. "A chamada plasticidade [capacidade do sistema nervoso gerar e adaptar conexões em uma rede já estabelecida] é capaz de modificar micro e macroscopicamente determinadas regiões do cérebro".
"A curto prazo, a música pode melhorar agudamente a concentração, inclusive com padrões musicais específicos", afirma o médico. Ele diz ainda que, no longo prazo, ela facilita a absorção de novos padrões e facilita o aprendizado de novas linguagens e informações.
Esses fatores acontecem tanto em crianças quanto em adultos em idade avançada. Apesar de ser em menor grau, o aprendizado musical ou mesmo só escutar músicas, pode induzir plasticidade e adaptação. Alemida Neto orienta aos pacientes que aprendam estilos musicais e instrumentos como forma de aumentar a "reserva cognitiva".
Terapia médica ou musicoterapia
Começaram na década de 70 os estudos e a aplicação de terapia musical, ou musicoterapia, para auxiliar pacientes com transtornos de ansiedade ou antes de uma cirurgia. "Um exemplo muito interessante de aplicação da música e ritmo é seu auxílio no caminhar de pacientes com doença de Parkinson", explica o neurologista.
Segundo o médico, o ritmo é capaz de desbloquear a incapacidade do paciente caminhar, pois a marcha em cima de um ritmo é gerada em um local do cérebro que não está afetado pela doença. Pessoas que possuem autismo e suas variantes usam a música para facilitar a interação social, comunicação não verbal, iniciativa, empatia, alegria e relacionamento interpessoal.
O cérebro influencia no nosso gosto musical?
Para Gomes, influências genéticas e culturais afetam as preferências dos ritmos entre as pessoas. "Se uma pessoa é exposta durante a sua infância e adolescência a um determinado tipo de ritmo, música caribenha, por exemplo para um morador da América Central, com experiências e vivências emocionais positivas, como afeto, amores, amizade, família e amigos, o cérebro dela irá naturalmente apreciar tal ritmo".
Entretanto, o neurocientista analisa que há evidências de que fatores genéticos influenciam no padrão dos receptores neurais da dopamina relacionados com a música, ou seja, algumas pessoas já são naturalmente mais sensíveis musicalmente e, portanto, podem apresentar maior gosto pela música e até mesmo por diferentes ritmos.
Música interfere no nosso cérebro e melhora humor e aprendizado
Escutar música é algo tão corriqueiro que é difícil imaginar a influência que ela tem em nosso cérebro e como modifica nossas estruturas emocionais. Mas isso acontece. Quando captados pelos ouvidos, os sons musicais vão até áreas responsáveis pela interpretação do estímulo primário (neste caso, o som), até que tal estímulo é categorizado pelo cérebro dentro de um padrão específico conforme ele se repete (ritmo).
Ao reconhecer o ritmo e, posteriormente, a harmonia, o cérebro se desperta e acende múltiplas outras regiões: percorre o tronco cerebral, o tálamo e são inicialmente percebidos e interpretados nos lobos temporais, desencadeando reações secundárias. Mesmo atingindo regiões específicas, a música tem o poder de acionar o cérebro como um todo.
Um estudo publicado na revista científica norte-americana Neuron em 2015, descobriu uma área no cérebro localizada no córtex auditivo que identifica a música, mas não outros sons, como a fala, por exemplo. Neuro Rodrigues de Almeida Neto, neurologista e preceptor em neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o impacto da música pode ser dividido em alguns pontos baseados em aspectos da vida diária em que há influência musical.
Humor e estado mental
O humor tem relação, principalmente, com os neurotransmissores serotonina e dopamina, explica Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de São Paulo. "A música é capaz de estimular esses circuitos e modular o humor, induzindo a euforia, alegria ou até mesmo o baixo-astral", completa.
Almeida Neto cita como exemplo determinados padrões, escalas de notas musicais e ritmos que são capazes de mudar a maneira como recebemos o conteúdo de um espetáculo de teatro, de um filme ou até mesmo de uma cena de novela, reforçando a carga emocional.
Ele explica que as harmonias que geram sentimentos alegres ou tristes no ocidente são diferentes e até mesmo antagônicas às do oriente. "Isso se deve justamente pelo atrelar de emoções com os padrões musicais ao longo do desenvolvimento psicossocial de uma determinada cultura", afirma.
Quando a música passa a fazer parte da memória afetiva, ao ser ativada, irá modificar o nível de hormônios e neurotransmissores no corpo humano, seja aumentando ou reduzindo o nível de alerta, acalmando ou irritando, alegrando ou deprimindo. Nestes casos, não é apenas a canção em si, mas os sentimentos que te ligam a esta música. Ao evocar memórias, a música funciona como uma facilitadora de vivências emocionais.
Cognição e aprendizado
Segundo Almeida Neto, a música é fonte de mudanças no estado de alerta, adaptabilidade e receptibilidade de informações novas. "A chamada plasticidade [capacidade do sistema nervoso gerar e adaptar conexões em uma rede já estabelecida] é capaz de modificar micro e macroscopicamente determinadas regiões do cérebro".
"A curto prazo, a música pode melhorar agudamente a concentração, inclusive com padrões musicais específicos", afirma o médico. Ele diz ainda que, no longo prazo, ela facilita a absorção de novos padrões e facilita o aprendizado de novas linguagens e informações.
Esses fatores acontecem tanto em crianças quanto em adultos em idade avançada. Apesar de ser em menor grau, o aprendizado musical ou mesmo só escutar músicas, pode induzir plasticidade e adaptação. Alemida Neto orienta aos pacientes que aprendam estilos musicais e instrumentos como forma de aumentar a "reserva cognitiva".
Terapia médica ou musicoterapia
Começaram na década de 70 os estudos e a aplicação de terapia musical, ou musicoterapia, para auxiliar pacientes com transtornos de ansiedade ou antes de uma cirurgia. "Um exemplo muito interessante de aplicação da música e ritmo é seu auxílio no caminhar de pacientes com doença de Parkinson", explica o neurologista.
Segundo o médico, o ritmo é capaz de desbloquear a incapacidade do paciente caminhar, pois a marcha em cima de um ritmo é gerada em um local do cérebro que não está afetado pela doença. Pessoas que possuem autismo e suas variantes usam a música para facilitar a interação social, comunicação não verbal, iniciativa, empatia, alegria e relacionamento interpessoal.
O cérebro influencia no nosso gosto musical?
Para Gomes, influências genéticas e culturais afetam as preferências dos ritmos entre as pessoas. "Se uma pessoa é exposta durante a sua infância e adolescência a um determinado tipo de ritmo, música caribenha, por exemplo para um morador da América Central, com experiências e vivências emocionais positivas, como afeto, amores, amizade, família e amigos, o cérebro dela irá naturalmente apreciar tal ritmo".
Entretanto, o neurocientista analisa que há evidências de que fatores genéticos influenciam no padrão dos receptores neurais da dopamina relacionados com a música, ou seja, algumas pessoas já são naturalmente mais sensíveis musicalmente e, portanto, podem apresentar maior gosto pela música e até mesmo por diferentes ritmos.
Escutar música é algo tão corriqueiro que é difícil imaginar a influência que ela tem em nosso cérebro e como modifica nossas estruturas emocionais. Mas isso acontece. Quando captados pelos ouvidos, os sons musicais vão até áreas responsáveis pela interpretação do estímulo primário (neste caso, o som), até que tal estímulo é categorizado pelo cérebro dentro de um padrão específico conforme ele se repete (ritmo).
Ao reconhecer o ritmo e, posteriormente, a harmonia, o cérebro se desperta e acende múltiplas outras regiões: percorre o tronco cerebral, o tálamo e são inicialmente percebidos e interpretados nos lobos temporais, desencadeando reações secundárias. Mesmo atingindo regiões específicas, a música tem o poder de acionar o cérebro como um todo.
Um estudo publicado na revista científica norte-americana Neuron em 2015, descobriu uma área no cérebro localizada no córtex auditivo que identifica a música, mas não outros sons, como a fala, por exemplo. Neuro Rodrigues de Almeida Neto, neurologista e preceptor em neurologia do Hospital das Clínicas de São Paulo, explica que o impacto da música pode ser dividido em alguns pontos baseados em aspectos da vida diária em que há influência musical.
Humor e estado mental
O humor tem relação, principalmente, com os neurotransmissores serotonina e dopamina, explica Fernando Gomes, neurocirurgião e neurocientista do Hospital das Clínicas de São Paulo. "A música é capaz de estimular esses circuitos e modular o humor, induzindo a euforia, alegria ou até mesmo o baixo-astral", completa.
Almeida Neto cita como exemplo determinados padrões, escalas de notas musicais e ritmos que são capazes de mudar a maneira como recebemos o conteúdo de um espetáculo de teatro, de um filme ou até mesmo de uma cena de novela, reforçando a carga emocional.
Ele explica que as harmonias que geram sentimentos alegres ou tristes no ocidente são diferentes e até mesmo antagônicas às do oriente. "Isso se deve justamente pelo atrelar de emoções com os padrões musicais ao longo do desenvolvimento psicossocial de uma determinada cultura", afirma.
Quando a música passa a fazer parte da memória afetiva, ao ser ativada, irá modificar o nível de hormônios e neurotransmissores no corpo humano, seja aumentando ou reduzindo o nível de alerta, acalmando ou irritando, alegrando ou deprimindo. Nestes casos, não é apenas a canção em si, mas os sentimentos que te ligam a esta música. Ao evocar memórias, a música funciona como uma facilitadora de vivências emocionais.
Cognição e aprendizado
Segundo Almeida Neto, a música é fonte de mudanças no estado de alerta, adaptabilidade e receptibilidade de informações novas. "A chamada plasticidade [capacidade do sistema nervoso gerar e adaptar conexões em uma rede já estabelecida] é capaz de modificar micro e macroscopicamente determinadas regiões do cérebro".
"A curto prazo, a música pode melhorar agudamente a concentração, inclusive com padrões musicais específicos", afirma o médico. Ele diz ainda que, no longo prazo, ela facilita a absorção de novos padrões e facilita o aprendizado de novas linguagens e informações.
Esses fatores acontecem tanto em crianças quanto em adultos em idade avançada. Apesar de ser em menor grau, o aprendizado musical ou mesmo só escutar músicas, pode induzir plasticidade e adaptação. Alemida Neto orienta aos pacientes que aprendam estilos musicais e instrumentos como forma de aumentar a "reserva cognitiva".
Terapia médica ou musicoterapia
Começaram na década de 70 os estudos e a aplicação de terapia musical, ou musicoterapia, para auxiliar pacientes com transtornos de ansiedade ou antes de uma cirurgia. "Um exemplo muito interessante de aplicação da música e ritmo é seu auxílio no caminhar de pacientes com doença de Parkinson", explica o neurologista.
Segundo o médico, o ritmo é capaz de desbloquear a incapacidade do paciente caminhar, pois a marcha em cima de um ritmo é gerada em um local do cérebro que não está afetado pela doença. Pessoas que possuem autismo e suas variantes usam a música para facilitar a interação social, comunicação não verbal, iniciativa, empatia, alegria e relacionamento interpessoal.
O cérebro influencia no nosso gosto musical?
Para Gomes, influências genéticas e culturais afetam as preferências dos ritmos entre as pessoas. "Se uma pessoa é exposta durante a sua infância e adolescência a um determinado tipo de ritmo, música caribenha, por exemplo para um morador da América Central, com experiências e vivências emocionais positivas, como afeto, amores, amizade, família e amigos, o cérebro dela irá naturalmente apreciar tal ritmo".
Entretanto, o neurocientista analisa que há evidências de que fatores genéticos influenciam no padrão dos receptores neurais da dopamina relacionados com a música, ou seja, algumas pessoas já são naturalmente mais sensíveis musicalmente e, portanto, podem apresentar maior gosto pela música e até mesmo por diferentes ritmos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário