Aqui é o Rafael novamente.
E hoje, estou de volta com mais uma sugestão de aula de artes, desta vez mais complexa.
A CIÊNCIA
DAS CORES
(Recomendada
a alunos de ensino fundamental – 6º ao 9º ano)
Em quase
todas as áreas que envolvam arte, o conhecimento da ciência das cores é
fundamental. Entende-se por ciência das cores o conhecimento das combinações
das cores primárias, tonalidades e variações de modo que a obra a ser colorida
reproduza, com maior fidelidade possível, as cores observadas na natureza.
As cores
básicas são conhecidas por conta da decomposição da luz branca. Passando um
raio de luz (por exemplo, o do sol) por um prisma, é possível observar as cores
resultantes da decomposição da luz, na sequência familiar do arco-íris: verde,
amarelo, laranja, vermelho, violeta, anis e azul.
O arco-íris,
como se sabe, é formado quando o sol aparece subitamente após a chuva, enquanto
as nuvens ainda tem precipitação: as gotículas de água no ar servem de prisma,
decompondo um dos raios de sol, formando o arco-íris. O mesmo efeito pode ser
observado se borrifarmos água, com uma mangueira de regar jardim, ou com um
borrifador, em um local onde o sol esteja entrando limitadamente, como a fresta
entre duas casas: a água suspensa no ar decompõe a luz do sol, formando um
arco-íris.
Para
despertar o interesse dos alunos no assunto, sugere-se fazer uma pergunta
motivadora, que induzirá à investigação, até chegar na resposta.
PERGUNTA
MOTIVADORA NÚMERO 1: Por que a maioria
dos cartazes de filmes de ação tem como cores predominantes o azul e o laranja?
Para
responder essa pergunta, primeiro temos de entender como funciona o círculo
cromático.
O círculo
cromático reproduz, de forma cíclica, o espectro gerado pela decomposição da
luz branca, das cores primárias às suas combinações.
As cores primárias são as cores mais puras:
amarelo, vermelho e azul.
As cores secundárias são resultantes da
combinação das cores primárias: laranja, verde e violeta.
As cores,
tanto primárias quanto secundárias, tem variações claras e escuras de acordo
com a quantidade de luz absorvida no ambiente. Um mesmo objeto colorido pode
parecer de tonalidade mais clara ou mais escura de acordo com o ambiente em que
se encontra. Quanto mais recebe luz do ambiente - por exemplo, do sol - mais
clara é a cor natural; quanto menos luz receber o ambiente, por exemplo, numa
sala com janelas fechadas, com penumbra, mais escura parecerá a cor aos olhos
do observador.
A reprodução
das tonalidades com tintas é feita acrescentando mais ou menos tinta branca ou
preta: quanto mais branco, mais claro. Com um pouquinho de tinta preta, cria-se
um tom escuro.
Quanto às
cores rosa, bege (amarelo-queimado ou ocre) e marrom, explica-se pelo seguinte:
o rosa, e suas variações, é uma cor intermediária entre o violeta e o vermelho;
o bege é uma tonalidade de marrom-claro, às vezes confundido como um tipo de
amarelo; já o marrom é meio que um laranja bem escuro, cujas tonalidades são
criadas misturando-se azul.
Ainda há a
diferença entre as cores quentes e as cores frias. Naturalmente, tais cores tem
capacidade de absorver mais ou menos luz, fazendo que criem a ideia de serem
mais luminosas que outras. No círculo cromático, admite-se que as cores
amarelo, laranja, vermelho e intermediárias entre elas sejam quentes, enquanto violeta, azul, verde e
intermediária entre estas sejam cores frias.
O amarelo é a cor com mais presença de luz, e o violeta a que tem mais ausência
de luz. Pintar um ambiente de amarelo ou vermelho ou de violeta ou azul torna a
diferença de percepção sensível.
O círculo
cromático também apresenta a particularidade das cores complementares: por
estarem em lados opostos do círculo, quando postas juntas, essas cores criam o
contraste necessário para passar uma ideia ao observador de um quadro ou
fotografia coloridos. É por isso, portanto, que a maioria dos cartazes de
filmes de ação tem predominância das cores azul e laranja: o laranja, por ser
uma cor quente, cria a ideia de "fogo", necessária para o descarga de
adrenalina que o gênero cinematográfico exige; o azul dá o contraste
necessário. Ambas são complementares no círculo cromático, assim como vermelho
é complementar de verde, e amarelo é complementar de violeta.
PERGUNTA
MOTIVADORA NÚMERO 2: Se o branco é a
mistura de todas as cores, por que misturar tintas resulta em preto?
O
conhecimento de combinações de cores é fundamental não apenas aos pintores, mas
também aos que trabalham na área gráfica (impressão de jornais e revistas).
Quem lida com programas de computador usados em edição de imagens, como Corel e
Photoshop, já deve ter visto as siglas RGB e CMYK. Elas se referem a dois tipos
de cores presentes em diversas áreas: as cores luz e as cores pigmento.
Na
experiência conhecida como Disco de Newton, sabemos que a combinação das cores
principais do arco-íris resulta na luz branca. Mas, então, por que misturar as
seis cores básicas resulta em pigmento preto?
RGB é a
sigla em inglês de Red, Green and Blue
(Vermelho, verde e azul). Por sistema RGB também são conhecidas as cores-luz ou aditivas. Esse sistema é composto pelas cores primárias,
reproduzidas a partir da divisão da luz solar. Vindas diretamente da luz, as
cores RGB são usadas em tecnologias que emitem luz, como televisores, celulares
e computadores (se observar uma tela de TV bem próxima, é possível perceber
pontinhos vermelhos, azuis e verdes, que, misturados, resultam nas cores vistas
na tela).
CMYK é a
sigla em inglês para Cyan, Magenta,
Yellow and Key (Ciano, Magenta, Amarelo e Controle). Para quem não sabe:
ciano é uma tonalidade de azul; magenta, uma de vermelho; e Key é usado para
definir o preto. Portanto, o sistema é composto por azul, vermelho, amarelo e
preto. Por sistema CMYK são conhecidas as cores-pigmento
ou subtrativas. Os pigmentos desse
sistema absorvem a luz e refletem apenas uma das cores que a compõem - por isso
a mistura delas resulta em preto. São as cores usadas nas artes visuais, como
nas impressões de jornais e revistas e nas pinturas.
O sistema de
impressão mais utilizado para impressão de livros, o sistema offset, é a prova
mais clara do uso desse sistema: as máquinas usadas para imprimir usam
cilindros de quatro cores separadas - ciano, magenta, amarelo e preto. O papel
passa por cada um dos cilindros, onde as tintas, ainda úmidas, se misturam,
reproduzindo graficamente as cores de pinturas, ilustrações coloridas e
fotografias. Também existe a opção de imprimir exclusivamente em preto e
branco, que, em termos econômicos, é mais barato que a impressão colorida.
Imagens:
internet
Fontes
adicionais:
Revista Mundo Estranho – O Almanaque Curioso do
Cinema. São Paulo: Abril, 2014. p. 48
Revista Mundo Estranho no. 157. São Paulo:
Abril, setembro de 2014. p. 41.
SUGESTÃO DE
ATIVIDADE: Para os alunos, sugerimos uma pequena atividade para a percepção da
ciência das cores.
Abaixo, um
exemplo de uma composição com formas abstratas. O professor pode elaborar outra
combinação de triângulos, círculos e quadrados, desde que essas formas cruzem
umas com as outras.
Os alunos
deverão pintar a composição, cada forma com uma das cores primárias. No caso:
triângulos de vermelho, quadrados de amarelo e círculos de azul. As formas
devem ser completamente pintadas. Nos locais onde as formas se cruzam, se observará
a aparição das cores secundárias. Recomenda-se que, se a pintura for feita a
lápis de cor, os alunos não apertem muito o lápis contra o papel. O lápis deve
ser passado suavemente, pois tornará perceptível as cores formadas pela
combinação de outras.
Outra
sugestão é permitir que os alunos criem a composição de formas, seguindo o
mesmo princípio de colorização. Formas que se cruzam, uma forma de cada cor
primária, as intersecções entre formas criando cores secundárias.
Em breve, uma nova sugestão de aula.
Aqui é o Rafael novamente.
E hoje, estou de volta com mais uma sugestão de aula de artes, desta vez mais complexa.
A CIÊNCIA
DAS CORES
(Recomendada
a alunos de ensino fundamental – 6º ao 9º ano)
Em quase
todas as áreas que envolvam arte, o conhecimento da ciência das cores é
fundamental. Entende-se por ciência das cores o conhecimento das combinações
das cores primárias, tonalidades e variações de modo que a obra a ser colorida
reproduza, com maior fidelidade possível, as cores observadas na natureza.
As cores
básicas são conhecidas por conta da decomposição da luz branca. Passando um
raio de luz (por exemplo, o do sol) por um prisma, é possível observar as cores
resultantes da decomposição da luz, na sequência familiar do arco-íris: verde,
amarelo, laranja, vermelho, violeta, anis e azul.
O arco-íris,
como se sabe, é formado quando o sol aparece subitamente após a chuva, enquanto
as nuvens ainda tem precipitação: as gotículas de água no ar servem de prisma,
decompondo um dos raios de sol, formando o arco-íris. O mesmo efeito pode ser
observado se borrifarmos água, com uma mangueira de regar jardim, ou com um
borrifador, em um local onde o sol esteja entrando limitadamente, como a fresta
entre duas casas: a água suspensa no ar decompõe a luz do sol, formando um
arco-íris.
Para
despertar o interesse dos alunos no assunto, sugere-se fazer uma pergunta
motivadora, que induzirá à investigação, até chegar na resposta.
PERGUNTA
MOTIVADORA NÚMERO 1: Por que a maioria
dos cartazes de filmes de ação tem como cores predominantes o azul e o laranja?
Para
responder essa pergunta, primeiro temos de entender como funciona o círculo
cromático.
O círculo
cromático reproduz, de forma cíclica, o espectro gerado pela decomposição da
luz branca, das cores primárias às suas combinações.
As cores primárias são as cores mais puras:
amarelo, vermelho e azul.
As cores secundárias são resultantes da
combinação das cores primárias: laranja, verde e violeta.
As cores,
tanto primárias quanto secundárias, tem variações claras e escuras de acordo
com a quantidade de luz absorvida no ambiente. Um mesmo objeto colorido pode
parecer de tonalidade mais clara ou mais escura de acordo com o ambiente em que
se encontra. Quanto mais recebe luz do ambiente - por exemplo, do sol - mais
clara é a cor natural; quanto menos luz receber o ambiente, por exemplo, numa
sala com janelas fechadas, com penumbra, mais escura parecerá a cor aos olhos
do observador.
A reprodução
das tonalidades com tintas é feita acrescentando mais ou menos tinta branca ou
preta: quanto mais branco, mais claro. Com um pouquinho de tinta preta, cria-se
um tom escuro.
Quanto às
cores rosa, bege (amarelo-queimado ou ocre) e marrom, explica-se pelo seguinte:
o rosa, e suas variações, é uma cor intermediária entre o violeta e o vermelho;
o bege é uma tonalidade de marrom-claro, às vezes confundido como um tipo de
amarelo; já o marrom é meio que um laranja bem escuro, cujas tonalidades são
criadas misturando-se azul.
Ainda há a
diferença entre as cores quentes e as cores frias. Naturalmente, tais cores tem
capacidade de absorver mais ou menos luz, fazendo que criem a ideia de serem
mais luminosas que outras. No círculo cromático, admite-se que as cores
amarelo, laranja, vermelho e intermediárias entre elas sejam quentes, enquanto violeta, azul, verde e
intermediária entre estas sejam cores frias.
O amarelo é a cor com mais presença de luz, e o violeta a que tem mais ausência
de luz. Pintar um ambiente de amarelo ou vermelho ou de violeta ou azul torna a
diferença de percepção sensível.
O círculo
cromático também apresenta a particularidade das cores complementares: por
estarem em lados opostos do círculo, quando postas juntas, essas cores criam o
contraste necessário para passar uma ideia ao observador de um quadro ou
fotografia coloridos. É por isso, portanto, que a maioria dos cartazes de
filmes de ação tem predominância das cores azul e laranja: o laranja, por ser
uma cor quente, cria a ideia de "fogo", necessária para o descarga de
adrenalina que o gênero cinematográfico exige; o azul dá o contraste
necessário. Ambas são complementares no círculo cromático, assim como vermelho
é complementar de verde, e amarelo é complementar de violeta.
PERGUNTA
MOTIVADORA NÚMERO 2: Se o branco é a
mistura de todas as cores, por que misturar tintas resulta em preto?
O
conhecimento de combinações de cores é fundamental não apenas aos pintores, mas
também aos que trabalham na área gráfica (impressão de jornais e revistas).
Quem lida com programas de computador usados em edição de imagens, como Corel e
Photoshop, já deve ter visto as siglas RGB e CMYK. Elas se referem a dois tipos
de cores presentes em diversas áreas: as cores luz e as cores pigmento.
Na
experiência conhecida como Disco de Newton, sabemos que a combinação das cores
principais do arco-íris resulta na luz branca. Mas, então, por que misturar as
seis cores básicas resulta em pigmento preto?
RGB é a
sigla em inglês de Red, Green and Blue
(Vermelho, verde e azul). Por sistema RGB também são conhecidas as cores-luz ou aditivas. Esse sistema é composto pelas cores primárias,
reproduzidas a partir da divisão da luz solar. Vindas diretamente da luz, as
cores RGB são usadas em tecnologias que emitem luz, como televisores, celulares
e computadores (se observar uma tela de TV bem próxima, é possível perceber
pontinhos vermelhos, azuis e verdes, que, misturados, resultam nas cores vistas
na tela).
CMYK é a
sigla em inglês para Cyan, Magenta,
Yellow and Key (Ciano, Magenta, Amarelo e Controle). Para quem não sabe:
ciano é uma tonalidade de azul; magenta, uma de vermelho; e Key é usado para
definir o preto. Portanto, o sistema é composto por azul, vermelho, amarelo e
preto. Por sistema CMYK são conhecidas as cores-pigmento
ou subtrativas. Os pigmentos desse
sistema absorvem a luz e refletem apenas uma das cores que a compõem - por isso
a mistura delas resulta em preto. São as cores usadas nas artes visuais, como
nas impressões de jornais e revistas e nas pinturas.
O sistema de
impressão mais utilizado para impressão de livros, o sistema offset, é a prova
mais clara do uso desse sistema: as máquinas usadas para imprimir usam
cilindros de quatro cores separadas - ciano, magenta, amarelo e preto. O papel
passa por cada um dos cilindros, onde as tintas, ainda úmidas, se misturam,
reproduzindo graficamente as cores de pinturas, ilustrações coloridas e
fotografias. Também existe a opção de imprimir exclusivamente em preto e
branco, que, em termos econômicos, é mais barato que a impressão colorida.
Imagens:
internet
Fontes
adicionais:
Revista Mundo Estranho – O Almanaque Curioso do
Cinema. São Paulo: Abril, 2014. p. 48
Revista Mundo Estranho no. 157. São Paulo:
Abril, setembro de 2014. p. 41.
SUGESTÃO DE
ATIVIDADE: Para os alunos, sugerimos uma pequena atividade para a percepção da
ciência das cores.
Abaixo, um
exemplo de uma composição com formas abstratas. O professor pode elaborar outra
combinação de triângulos, círculos e quadrados, desde que essas formas cruzem
umas com as outras.
Os alunos
deverão pintar a composição, cada forma com uma das cores primárias. No caso:
triângulos de vermelho, quadrados de amarelo e círculos de azul. As formas
devem ser completamente pintadas. Nos locais onde as formas se cruzam, se observará
a aparição das cores secundárias. Recomenda-se que, se a pintura for feita a
lápis de cor, os alunos não apertem muito o lápis contra o papel. O lápis deve
ser passado suavemente, pois tornará perceptível as cores formadas pela
combinação de outras.
Outra
sugestão é permitir que os alunos criem a composição de formas, seguindo o
mesmo princípio de colorização. Formas que se cruzam, uma forma de cada cor
primária, as intersecções entre formas criando cores secundárias.
Em breve, uma nova sugestão de aula.
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